O discurso patriarcal através da música popular brasileira

uma análise das canções misóginas do século XX

Autores

  • Arilda Ines Miranda Ribeiro
  • Jéssica Kurak Ponciano

DOI:

https://doi.org/10.33027/2447-780X.2018.v4.n1.02.p9

Palavras-chave:

Música Brasileira, Feminismo, Música Popular, Gênero, Mulheres

Resumo

O presente artigo pretende realizar uma discussão preliminar acerca das representações femininas contidas em canções brasileiras de diferentes gêneros musicais que popularizaram-se no país, em meados do século XX. Subsidiada pela teoria feminista, as reflexões pretendem analisar as seguintes músicas contidas no cancioneiro local popular: “Morocha”, de Mauro Ferreira e Roberto S. Ferreira; “Mulher Indigesta”, de Noel Rosa; “Cabocla Tereza”, de João Pacífico; “Me Lambe”, da banda Raimundos e “Mulheres Vulgares”, dos Racionais Mc’s explicitando os discursos patriarcais à elas relacionados, a fim de comprovar que a cultura patriarcal se naturaliza através da cultura musical no Brasil. Neste sentido, cada música eleita para a análise pertence a um gênero musical distinto, fato que corrobora com a prerrogativa de que a misoginia perpassa por todos os estilos musicais, que expressam culturas plurais e distintas. Cada uma das canções avaliadas trazem uma perspectiva diferente sobre a imagem feminina, entretanto, possuem em comum o fato de depreciarem a mulher, colocando-a em uma posição de inferioridade em relação ao homem. A visão androcêntrica reiterada e propalada através do cancioneiro popular, perpetua uma cultura de exclusão e violência contra as mulheres, neste sentido, propõem-se através destas discussões, contribuir para a desconstrução de uma visão estereotipada e convencionalista dos papéis de gênero.

 

Biografia do Autor

  • Arilda Ines Miranda Ribeiro

    Graduada em Biblioteconomia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1980), Mestrado e Doutorado em Filosofia e História da Educação pela Universidade Estadual de Campinas (1987 e 1993) Livre-Docente em Estrutura e Funcionamento da Educação Básica (2000). arilda@fct.unesp.br.
    Atualmente é Professora Titular Concursada pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2012) Coordenou o Curso de Especialização em Arte Educação e Gestão Educacional da FCT/UNESP. Criou em 2003 o NUDISE-Núcleo de Diversidade Sexual em Educação até 2015 e o GPECUMA-Grupo de Pesquisa em Educação, Cultura, Memória e Arte (FCT/UNESP) ambos cadastrados no CNPq. Fez parte da Pesquisa sobre Homosuicídio (Unesp Assis)do programa Dst/Aids (Ministério da Saúde) e atuou no GDE (Gênero e Diversidade na Educação-UaB/Unesp-Rio Claro). Participou como Orientadora de Turma dos Cursos de Pedagogia semipresenciais e em EaD Unesp/UaB/Capes (2016-2016) UNESP/UNIVESP (2012-2013), Parfor, Pedagogia Cidadã, Pec For Prof, além dos curso de formação Teia do Saber, e Circuito Gestão. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em História da Educação e da Formação de Professores no Brasil, atuando principalmente nos seguintes temas: formação de professores presenciais e EaD, diversidade sexual, gênero, história da educação, história das instituições escolares e em gestão educacional. Possui diversos livros publicados sobre Educação Feminina, Gestão Educacional e História das Instituições Escolares. É professora de Graduação (1992) e Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) no Programa de Educação da FCT-Unesp (2001), Campus de Presidente Prudente, São Paulo.

  • Jéssica Kurak Ponciano

    Graduada em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2011) Campus de Assis-SP. Mestra em Educação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2015) Campus de Presidente Prudente - SP. jessica.kpp22@gmail.com.
    Atuou como Professora Efetiva de Educação Básica II na disciplina de Língua Portuguesa e Literatura na Escola Estadual Antônio Fioravante de Menezes, no município de Presidente Prudente - SP. Atualmente, trabalha como Professora Coordenadora Pedagógica na mesma unidade escolar, membro do grupo NUDISE- Núcleo de Diversidade Sexual em Educação.

Downloads

Publicado

2018-08-15

Edição

Seção

Artigos de Dossiê

Como Citar

O discurso patriarcal através da música popular brasileira: uma análise das canções misóginas do século XX. (2018). Revista Do Instituto De Políticas Públicas De Marília, 4(1), 9-24. https://doi.org/10.33027/2447-780X.2018.v4.n1.02.p9