Escuta feminista e a revelação de violências invisíveis
análise dos movimentos estudantis na UNESP/Marília
DOI:
https://doi.org/10.36311/2447-780X.2022.v8esp2.p17Palavras-chave:
Escuta feminista; Movimentos estudantis; Universidades; Violências.Resumo
Diante do cenário de conflitos e violências observado nos relacionamentos interpessoais em universidades, constata-se que estudantes mulheres são as maiores vítimas dessas agressões. O período 2013 – 2019 foi marcado pelo crescimento no número de acusações e denúncias de violência registradas na Ouvidoria da Unesp e, concomitantemente ao recrudescimento das agressões, ocorre intensa atuação dos movimentos estudantis de resistência a essas práticas na universidade. Este artigo objetiva analisar as experiências do Núcleo MAJU (2018) e do Movimento “Meu professor abusador” (2019), ambos compreendidos como táticas institucionais de escuta feminista que, segundo Sara Ahmed (2021), são capazes de ouvir queixas, quebrar barreiras e impedir que as violências se perpetuem de forma invisível e inaudível nas universidades. O artigo é amparado pelas discussões, temas e conceitos abordados por Sara Ahmed nas obras Vivir una vida feminista (2018) e Complaint! (2021). Os dados coletados e analisados são da pesquisa quantitativa realizada no início de 2020, via plataforma GoogleForms, com 121 estudantes da UNESP de Marília. As análises apresentadas neste artigo, demonstram como os movimentos estudantis de estragas-prazeres da UNESP-Marília, se tornaram protagonistas no combate às recorrentes violências no campus, devido à falta de canais institucionais consolidados de suporte legítimo e de confiança para as vítimas. Portanto, as coletividades realizam de forma efetiva o “ouvido feminista”, a integração e acolhimento de estudantes, ao mesmo tempo que evidenciam e confrontam todas essas problemáticas no ambiente universitário.
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