O LIVRO DIDÁTICO EM BRAILLE E O PROCESSO DE ADAPTAÇÃO

UMA TECNOLOGIA ASSISTIVA PARA A SALA DE AULA

Autores

  • Alessandra Aparecida VISSOSSI Instituto Benjamin Constant - IBC
  • Hylea de Camargo Vale Fernandes LIMA Instituto Benjamin Constant - IBC

DOI:

https://doi.org/10.36311/2358-8845.2024.v11n1.e0240002

Palavras-chave:

Deficiência Visual, Livro Didático Acessível, Tecnologia Assitstiva, Adaptação

Resumo

O presente artigo tem como objetivo apresentar uma atividade envolvendo gráficos adaptada para o Sistema Braille, imprescindível recurso de Tecnologia Assistiva na área da deficiência visual, a fim de promover acessibilidade e autonomia a alunos cegos inseridos no contexto do ensino regular inclusivo. No entanto, discorremos sobre a necessidade de toda uma preparação para que haja pleno desenvolvimento do processo de leitura e escrita em braille, iniciando na educação precoce. Encontramos os gráficos presentes ao longo de toda a vida escolar e em variadas disciplinas, então optamos por apresentar como podemos torná-los acessíveis à pessoa cega. Para realizar o processo de produção de livros acessíveis, levamos em conta o quão necessário é conhecer os documentos normatizadores da produção de textos em braille, conhecimento do programa Braille Fácil e, para séries mais avançadas, ter domínio sobre alguma área do conhecimento. Neste artigo, apresentamos toda a sequência do processo de materiais acessíveis: adaptação, transcrição, revisão e impressão dos caracteres em braille, mostrando a complexidade da produção desses materiais e a sua importância na vida escolar da pessoa cega. Sendo assim, os livros didáticos acessíveis tornam-se um dos principais recursos de Tecnologia Assistiva na sala de aula inclusiva, pois possibilitam à pessoa com deficiência visual ter acesso a conteúdos e transformá-los em conhecimento.

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Biografia do Autor

  • Alessandra Aparecida VISSOSSI, Instituto Benjamin Constant - IBC

    Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Estadual de Maringá (2004), especialização em Educação Especial, Neurociência e Psicopedagogia. Mestre em Ensino na Temática da Deficiência Visual, pelo Instituto Benjamin Constant. Atualmente é professora na Secretaria de Educação do Estado do Paraná, atuando como técnica representante do Centro de Apoio Pedagógico à Pessoa com Deficiência Visual - CAP Maringá. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Avaliação da Aprendizagem e na Educação Especial no ensino de Deficientes Visuais e Deficientes Intelectuais, assim com Transtornos Funcionais Específicos

  • Hylea de Camargo Vale Fernandes LIMA, Instituto Benjamin Constant - IBC

    Professora de Língua Portuguesa do Ensino Básico Técnico e Tecnológico (EBTT) do Instituto Benjamin Constant (IBC) - Centro de referência nacional na área da deficiência visual, com graduação em Letras - Português/Inglês pela Faculdade Educacional da Região dos Lagos (Ferlagos); mestrado em Língua Portuguesa pela Universidade do estado do Rio de Janeiro (Uerj), doutorado em Letras pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e realização de estágio de pós-doutoramento em Estudos de Linguagem na Universidade Federal Fluminense (UFF). Atua na Divisão de Imprensa Braille (DIB/IBC), na produção de materiais especializados: livros didáticos e paradidáticos em braille e no formato ampliado; uma das autoras da história em quadrinhos Superbraille, impressa em braille e ampliada, atuando também na coordenação de adaptação. É membro da Comissão Editorial das Revistas em Braille (DIB/IBC); membro da Comissão Editorial da Divisão de Pós-Graduação e Pesquisa do Departamento de Pós-Graduação Pesquisa e Extensão (DPPE/IBC), líder do Grupo de Estudos e Pesquisa em Adaptação (Gepa).e membro do Programa de Pós-Graduação em Ensino na Temática da Deficiência Visual (PPGEDV-IBC). Desenvolve pesquisas na área dos Estudos de Linguagem e da Educação Especial, com ênfase nos seguintes temas: cognição, adaptação de textos para o Sistema Braille, Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e Tecnologia Assistiva (TA).

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Publicado

2024-02-22