A juventude como dispositivo das sociedades modernas
DOI:
https://doi.org/10.36311/1982-8004.2015.v8n2.4075Palavras-chave:
Juventude, Dispositivo, Governamentalidade, Sociedades ModernasResumo
Um debate que vem ganhando força no Brasil nas últimas duas décadas é o dos direitos específicos da juventude. Dentre os desafios colocados por este debate se destaca a necessidade de definição conceitual da juventude e da ampliação das visibilidades dentro das quais se constroem as políticas públicas voltadas para este segmento da sociedade. Longe de querer esgotar a temática, o presente artigo tem como objetivo indicar alguns apontamentos teóricos e metodológicos que contribuam na compreensão da juventude e de sua construção como problema político e científico. Nossa proposta é partir de algumas contribuições do pensamento de Michel Focault, notadamente de duas ferramentas analíticas: a governamentalidade – formas e regimes de verdade através dos quais o poder se exerce nas relações sociais e torna possível o governo das condutas individuais e coletivas; dispositivo – rede de conhecimentos, práticas e discursos que são construídos em torno de um objeto determinado. Demonstraremos, a partir da análise de alguns discursos científicos, como a juventude foi construída como um dispositivo no interior de processos que configuraram a governamentalidade nas sociedades modernas.
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