O papel das coalizões de defesa nos rumos da política comercial externa brasileira
PDF (Portugués)

Palabras clave

Áreas de Livre Comércio
Coalizão Empresarial Brasileira
Negociações Internacionais
Agronegócio

Cómo citar

O papel das coalizões de defesa nos rumos da política comercial externa brasileira: das negociações da ALCA ao acordo de associação Mercosul-União Europeia. Revista Aurora, [S. l.], v. 8, n. 01, p. 31–52, 2015. DOI: 10.36311/1982-8004.2014.v8n01.4705. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/aurora/article/view/4705.. Acesso em: 30 jun. 2024.

Resumen

Na esteira das diferentes orientações e visões de mundo que se manifestam no trade policy-making, o artigo se propõe a lançar luz sobre alguns pontos da complexa inter-relação entre atores estatais e sociais em função das negociações comerciais internacionais. Para tanto, o referencial teórico mobilizado é o advocacy coalition framework (coalizões de defesa), que aporta uma leitura atinente à transversalidade da problemática em tela, que implica múltiplos atores e conflitos em torno de objetivos, metas e mecanismos da ação
pública. A incidência de efeitos distributivos domésticos relacionados às decisões de política comercial externa alimenta a mobilização política dos atores sociais em prol da acolhida de seus interesses e axiomas no bojo do policy-making, conforme discutido na sessão um. No caso brasileiro, a conformação da Coalizão Empresarial Brasileira (CEB) à guisa das negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) são elucidativos nesse sentido e aportam rendimentos analíticos importantes que são desenvolvidos na sessão dois. Em seguida, examina-se o alcance e os efeitos desses processos sobre a própria mobilização
política do empresariado e o delineamento de novas polarizações. No item quatro, discute-se o rearranjo na correlação de forças entre as coalizões de defesa do empresariado no marco das negociações comerciais internacionais em favor do agribusiness. Nesse diapasão, o Acordo de Associação Mercosul-União Europeia é sintomático dessa dinâmica que permitiu ao setor agrícola converter peso econômico em influência política nos últimos anos e coparticipar decisivamente no trade policy-making. Finamente, apresenta-se algumas linhas de considerações finais e possíveis agendas de pesquisa futuras.

PDF (Portugués)

Referencias

ALDEN, Chris; ARAN, Ammon. Foreign Policy Analysis: new approaches. New York: Routledge, 2012.

BRASIL. Decreto Presidencial no 6.464, de 27 de maio de 2008. Dispõe sobre a designação e atuação de adidos agrícolas junto a missões diplomáticas brasileiras no exterior, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo. Brasília, 28 mai. 2008.

CASON, Jeffrey; POWER, Timothy J. Presidentialization, pluralization, and the rollback of Itamaraty: explaining change in Brazilian Foreign Policy in the Cardoso-Lula era. International Political Science Review, v. 30, n. 2, 2009.

CARVALHO, Maria Izabel V. de. Condicionantes internacionais e domésticos: o Brasil e o G-20 nas negociações agrícolas da Rodada Doha. Dados, v. 53, n. 2, 2010.

COALIZÃO EMPRESARIAL BRASILEIRA. Posicionamentos da CEB sobre as estratégias brasileira nas negociações comerciais. 2005. Disponível em . Acesso em 14 jan. 2014.

DELGADO, Nelson G. Negociações comerciais internacionais e agricultura familiar no primeiro Governo Lula: avanços e impasses. In: LIMA, Eli N. de; DELGADO, Nelson G.; MOREIRA, Roberto J. (Orgs.). Mundo Rural IV configurações rural- urbanas: poderes e políticas. Rio de Janeiro: Mauad; Seropédica: Edur, 2007.

FARIA, Carlos Aurélio P. de. Ideias, conhecimento e políticas públicas: um inventário sucinto das principais vertentes analíticas recentes. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 18, n. 51, 2003.

FARIA, Carlos Aurélio P. de. O Itamaraty e a política externa brasileira: do insulamento à busca de coordenação dos atores governamentais e de cooperação com os agentes societários. Contexto Internacional, v. 34, n. 1, 2012.

GRISA, Cátia. As ideias na produção de políticas públicas: contribuições da abordagem cognitiva. In: Bonnal, P.; Leite, S.P. (Orgs.). Análise comparada de políticas agrícolas: uma agenda em transformação. Rio de Janeiro: Mauad, 2011.

LIMA, Maria Regina Soares de. Instituições democráticas e política exterior. Contexto Internacional, v. 22, n. 2, 2000.

LIMA, Maria Regina Soares de. Relações Internacionais e políticas públicas: a contribuição da análise de política externa. In: MARQUES, Eduardo; FARIA, Carlos Aurélio P. de (Orgs.). A política pública como campo multidisciplinar. São Paulo: Editora Unesp; Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2013.

MANCUSO, Wagner P.; OLIVEIRA, Amâncio J. de. Abertura econômica, empresariado e política: os planos doméstico e internacional. Lua Nova, n. 69, 2006.

MARQUES, Eduardo. As políticas públicas na Ciência Política. In: MARQUES, Eduardo; FARIA, Carlos Aurélio P. de (Orgs.). A política pública como campo multidisciplinar. São Paulo: Editora Unesp; Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2013.

MDIC. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Negociações internacionais: acordos dos quais o Brasil é parte. Disponível em http://www.desenvolvimento.gov.br//sitio/interna/interna.php?area=5&menu=405>. Acesso em 11 mar. 2014.

MELLO, Patrícia Campos. Indústria brasileira propõe firmar acordo de livre-comércio com EUA. Folha de São Paulo, 14 nov. 2013.

MILANI, Carlos R. S.; PINHEIRO, Letícia. Política Externa Brasileira: os desafios de sua caracterização como política pública. Contexto Internacional, v. 35, n. 1, 2013.

OLIVEIRA, Ivan Tiago M. As negociações comerciais do Brasil: uma estratégia em três trilhos. Boletim Meridiano 47, v. 13, n. 134, 2012a.

OLIVEIRA, Ivan Tiago M. The political economy of Brazilian trade policy: implications for Mercosur-European Union negotiations. In: Mercosur European Union dialogue (publicação eletrônica Apex-Brasil – no prelo), 2012b.

OLIVEIRA, Ivan Tiago M.; MILANI, Carlos R. S. Atores não estatais e trade policy-making no Brasil: análise dos interesses e das estratégias da CEB e da REBRIP. Dados, v. 55, n. 2, 2012.

ONUKI, Janina. Political aspects of the EU-Mercosur Agreement. In: Mercosur European Union dialogue (publicação eletrônica Apex-Brasil – no prelo).

PIZZETA, Diego E. A Coalizão Empresarial Brasileira nas negociações da Alca. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2005.

SABATIER, Paul. Advocacy coalition framework (ACF). In: BAUSSAGUET, L. et al. (Org.). Dictionnaire de politiques publiques. 2 ed. Paris : Presses de Sciences Po, 2006, p. 42- 51.SANTOS, Fábio P. Coalizões de interesses e a configuração política da agricultura familiar no Brasil. Tese (Doutorado). EAESP/FGV, 2011.

SOUZA, Celina. Políticas Públicas: uma revisão da literatura. Sociologias, v. 8, n. 16, 2006.

Creative Commons License

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.

Derechos de autor 2015 Revista Aurora

##plugins.themes.healthSciences.displayStats.downloads##

##plugins.themes.healthSciences.displayStats.noStats##