Resumo
O presente trabalho discute a particularidade da Revolução Burguesa no Brasil. Procura expor como o processo de objetivação do capitalismo no país reflete uma forma específica de dominação, cuja concreção reproduz uma forma também específica de Revolução Passiva. A hipótese na qual nos pautamos aponta para a revolução brasileira como um longo processo de modernização conservadora, onde as transformações históricas foram (e são) dinamizadas pela composição entre o historicamente velho e o historicamente novo, pela subalternização da força de trabalho, amalgamados por um conteúdo ideológico igualmente conservador, que se explicita historicamente através de formas de subversivismo reacionário, reproduzindo o caráter colonial-bonapartista da autocracia burguesa que aqui se instala. O universo categorial lukasciano e gramsciano será por nós utilizado como referencial teórico.
Recebido em 11/11/2019
Aprovado em 20/12/2020
Referências
ALVES, G. O novo (e precário) mundo do trabalho. Reestruturação produtiva e crise do sindicalismo. São Paulo: Editorial Boitempo, 2000.
ANTUNES. R. Adeus ao Trabalho?¬ – Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. São Paulo: Cortez, 1995.
BOITO JR., A. Política neoliberal e sindicalismo no Brasil. São Paulo: Xamã, 1999.
CARODOSO, A. M. A década neoliberal e a crise dos sindicatos no Brasil. São Paulo: Editorial Boitempo, 2003.
CHASIN, J. O integralismo de Plínio Salgado. Forma de regressividade no capitalismo hiper-tardio. São Paulo: Livraria Editora Ciências Humanas LTDA, 1978.
COUTINHO, C. N. Uma via “não-clássica” para o capitalismo. (In) D’INCAO, M. A. História e ideal.Ensaios sobre Caio Prado Junior. São Paulo: Editora Unesp/Secretaria de Estado da Cultura/Editora Brasiliense, 1989.
DEL ROIO. M. T. O império universal e seus antípodas: a ocidentalização do mundo. São Paulo: Ícone, 1998.
DEL ROIO. M. T. Os prismas de Gramsci: a fórmula da política da frente única (1919-1926). São Paulo: Xamã, 2005.
FERNANDES, F. A revolução burguesa no Brasil. Ensaio de interpretação sociológica. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1987.
FRANCO, M. S. C. Homens livres na ordem escravocrata. 3. Ed. São Paulo: Kairós Livraria Editora, 1983.
GRAMSCI. A. Os cadernos do cárcere. (6 volume). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.
GRUPPI, L. Conceito de hegemonia em Gramsci. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1978.
LAMPEDUSA, G. T. O leopardo. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
LENIN, V. I. “Las tres fuentes y las tres partes integrantes del marxismo”, in: Obras Completas. Tomo XXIII. Moscou: Editora Progresso, 1984.
LENIN, V. I. O desenvolvimento do capitalismo na Rússia: o processo de formação do mercado interno para a grande indústria. Os Economistas. São Paulo: Abril Cultural, 1982.
LUKÁCS, G. Introdução a uma estética marxista. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1970.
LUKÁCS, G. Ontologia do ser social. Os princípios ontológicos fundamentais de Marx. São Paulo: Livraria Editora Ciências Humanas LTDA, 1979.
MARX, K. A burguesia e a contra-revolução. São Paulo: Ensaio, 1997.
MARX, K. O 18 Brumário de Luís Bonaparte. Col. Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1974.
MARX, K. O capital – Capítulo VI: inédito. São Paulo: Livraria Editora Ciências Humanas LTDA, 1978.
MAZZEO, A. C. Estado e burguesia no Brasil: origens da autocracia burguesa. São Paulo: Boitempo Editorial, 2015.
MÉSZÁROS, I. Para além do capital. São Paulo: Boitempo Editorial, 2002.
MÉSZÁROS, I. O século XXI: Socialismo ou barbárie?. São Paulo: Boitempo Editorial, 2003.
PERICÁS, L. B. & WIDER, M. C. Caio Prado Júnior. In: PERICÁS, L. B. & SECCO, L. (Org.). Intérpretes do Brasil: clássicos, rebeldes e renegados. São Paulo: Boitempo, 2014.
PERICÁS, L. B. & SECCO, L. (Org.). Intérpretes do Brasil: clássicos, rebeldes e renegados. São Paulo: Boitempo, 2014.
PRADO JR. C. Formação do Brasil Contemporâneo. Colônia. São Paulo: Brasiliense; Publifolha, 2000.
PORTELLI, H. Gramsci e o bloco histórico. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.
SECCO, L. Gramsci e o Brasil: recepção e difusão de suas ideias. São Paulo: Cortez, 2002.
SECCO, L. Caio Prado Júnior: o sentido da revolução. São Paulo: Boitempo Editorial, 2008.
SOUZA, J. et al. A ralé brasileira: quem é e como vive. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009
SCHWARTZ, R. Ao vencedor as batatas: forma literária e processo social nos inícios do romance brasileiro. São Paulo: Duas Cidades; Ed. 34, 2000.
SEGATTO, J. A. Política e Literatura em Machado de Assis. In: Novos Rumos, ano 22, nº 48, 2007
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2019 Revista Aurora