Conformação do habitus docente pelo discurso neoliberal de organismos internacionais
PDF
HTML

Palavras-chave

Discurso hegemônico
Política educacional
Habitus docente

Como Citar

Conformação do habitus docente pelo discurso neoliberal de organismos internacionais. Revista Aurora, [S. l.], v. 17, p. e024003, 2024. DOI: 10.36311/1982-8004.2024.v17.e024003. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/aurora/article/view/14339.. Acesso em: 30 jun. 2024.

Resumo

Este artigo analisa a concepção de formação docente que se apresenta nos documentos produzidos por Organismos Internacionais e que implementam-se à educação brasileira, de modo a engendrar uma cultura de performatização à função do professor. Defendemos a ideia de que este fato está relacionado a uma política global da educação que historicamente vem habituando um metacontexto de transformações e renovações mediante diretrizes e normas previstas em arcabouço legal. Em nossa análise, vamos contemplar o discurso de um dos agentes, a Unesco, que vale-se da monopolização do discurso para a formulação de instrumentos de políticas por meio de sujeitos do conhecimento pertencentes a sua cátedra educacional. Concluímos o artigo, vislumbrando os desdobramentos desses discursos na promoção de um estilo corporativo e gerencial, e de que modo se assentam nos documentos brasileiros como perspectivas para o papel do professor. No que diz respeito à metodologia, empreendemos pesquisa documental, com análise de conteúdo em documento produzido no âmbito da Unesco. Nossa fundamentação teórica sustenta-se em Pierre Bourdieu e suas concepções de estrutura, ação, campo e habitus.

Palavras-chave: Discurso hegemônico; Política educacional; Habitus docente.

PDF
HTML

Referências

BALL, Stephen John. Educação Global S. A.: novas redes políticas e o imaginário neoliberal. Ponta Grossa: UEPG, 2020.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base nacional comum curricular-Ensino Médio. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/bncc-ensino-medio/. Acesso em: 20 set. 2021.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CP nº 2, de 20 de dezembro de 2019. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 de dezembro de 2019, Seção I, p. 142.

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989.

BOURDIEU, Pierre. A Reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino. Tradução Reynaldo Bairão. 3 ed. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora S. A., 1992.

CARNEIRO, Cristina Maria Quintão. Estrutura e ação: aproximações entre Giddens e Bourdieu. Tempo da Ciência, v. 13, n. 26, p. p. 39–47, 2000. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/tempodaciencia/article/view/1544. Acesso em: 12 abr. 2021.

CASTRO, Edna Cristina Jaques Brelaz. Tecnologias digitais de informação e comunicação na prática do docente de Sociologia no ensino médio na cidade de Marabá/PA. 127 f. 2020. Dissertação (Mestrado em Sociologia) - Fundação Joaquim Nabuco, Recife, 2020. Disponível em: https://educapes.capes.gov.br/handle/capes/569665. Acesso em: 27 nov. 2021.

CARVALHO, Luís Miguel. Intensificação e sofisticação dos processos da regulação transnacional em educação: o caso do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes. Educação e Sociedade. Campinas, v. 37, n. 136, set. 2016, p. 669-683.

HARVEY, David. O neoliberalismo. História e implicações. São Paulo: Edições Loyola, 2008.

LAVAL, Christian. A escola não é uma empresa: o neoliberalismo em ataque ao ensino público. 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2019.

LAVAL, Christian. Foucault, Bourdieu e a questão neoliberal. Tradução de Márcia Pereira Cunha, Nilton Ken Ota. São Paulo: Elefante, 2020. 320 p.

LEME, Alessandro André. Estrutura e ação nas ciências sociais: um debate preliminar em Marx, Weber, Durkheim, Bourdieu, Giddens, Anselm Strauss e Norbert Elias. Tempo da Ciência, v. 13, n. 25, p. 9–38, 2000. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/tempodaciencia/article/view/1526. Acesso em: 18 set. 2021.

MAUES, Olgaíses Cabral. A Agenda Global da Educação no contexto da Covid-19. Revista Linhas, Florianópolis, v. 22, n. 49, p. 187 - 216, 2021. DOI: 10.5965/1984723822492021187. Disponível em: https://www.revistas.udesc.br/index.php/linhas/article/view/20679. Acesso em: 21 ago. 2021.

POPKEWITZ, Thomas; LINDBLAD, Sverker. A fundamentação estatística, o governo da educação e a inclusão e exclusão sociais. Educação e Sociedade. Campinas: v. 37, n. 136, p. 727-754, set. 2016.

ROBERTSON, Susan Lee. “Situando” os professores nas Agenda Globais de Governança. Rev. Teoria e Prática da Educação, v. 15, n. 2. p. 09-24, maio-ago. 2012.

SARAIVA, Ana Maria Alves; SOUZA, Juliana de Fátima. Formação Docente e as Organizações Internacionais: uma agenda focada na performatividade dos professores e na eficácia escolar. Currículo sem Fronteiras, v. 20, n. 1, p. 129-147, jan./abr. 2020. Disponível em: https://www.curriculosemfronteiras.org/vol20iss1articles/saraiva-souza.html Acesso em: 27 nov. 2021.

SOUZA, Jessé. A guerra contra o Brasil: como os EUA se uniram a uma organização criminosa para destruir o sonho brasileiro. Rio de Janeiro: Estação Brasil, 2020.

TARLAU, Rebecca; MOELLER, Kathryn. O consenso por filantropia: como uma fundação privada estabeleceu a BNCC no Brasil. Currículo sem Fronteiras, v. 20, n. 2, p. 553-603, maio/ago. 2020. Disponível em: https://www.curriculosemfronteiras.org/vol20iss2articles/tarlau-moeller.pdf. Acesso em: 03 dez. 2020.

UNESCO. Relatório de Monitoramento Global. Superando desigualdades: por que a governança é importante. São Paulo: UNESCO; Moderna, 2009.

UNESCO. Declaração de Incheon e ODS 4 Marco de Ação da Educação 2030. Brasília: Escritório da Unesco, 2016. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000245656_spa. Acesso em: 18 de out. 2021.

UNESCO. Formación Inicial Docente em Competencias para el Siglo XXI y Pedagogías para la Inclusion em América Latina. Chile, 2018. Disponível em: www.unesco.org. Acesso em: 26 nov. 2021.

WCEFA (World Conference on Education for All/Conferência Mundial de Educação para Todos). Declaração mundial sobre educação para todos e plano de ação para satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem. Jomtien, Tailândia, 1990.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2024 Revista Aurora

##plugins.themes.healthSciences.displayStats.downloads##

##plugins.themes.healthSciences.displayStats.noStats##