ASPECTOS QUE CONFEREM COMPLEXIDADE À INTERPRETAÇÃO NA PERSPECTIVA DO INTÉRPRETE EDUCACIONAL DO ENSINO MÉDIO
DOI:
https://doi.org/10.36311/2358-8845.2024.v11n2.e0240021Palavras-chave:
Educação Especial, Complexidade, Interpretação, Língua Portuguesa, Língua Brasileira de SinaisResumo
À custa de uma maior inserção dos surdos no meio acadêmico, o intérprete educacional de Língua Brasileira de Sinais – Libras, vem ganhando reconhecimento em relação à importância da sua atuação no processo de ensino desse estudante. Este estudo explorou os aspectos que conferem complexidade a interpretação de português para Libras no meio educacional, objetivando identificar, entender e ofertar reflexões sobre os elementos que fomentam esse fenômeno, com o intuito de construir novas perspectivas no campo de atuação do intérprete educacional de Libras, com ênfase no trabalho colaborativo entre o docente e o intérprete educacional. Com um estudo de caso único, por meio do instrumento de autoconfrontação simples proposto por Yves Clot (2010) com abordagem na psicodinâmica do trabalho que buscou promover a reflexão do próprio agir durante a atividade laboral. Entrelaçando à concepção de Sobral (2008) e os pressupostos de Bakhtin (2009, 2010) que enfatizam a natureza dialógica da linguagem, argumentado que o significado das palavras emerge da interação em contextos específico e o campo da tradução que há necessidade de recriar o diálogo entre culturas e contextos sociais diferentes. Resultando no levantamento dos seguintes elementos que conferem complexidade ao ato interpretativo na esfera educacional: I) construção de conceitos: de simples a complexos; II) o trabalho colaborativo entre o docente e o intérprete educacional; III) aspectos emocionais na atuação do intérprete educacional.
Downloads
Referências
BAKHTIN. M. Estética da criação verbal. 4. ed. Trad. Maria Ermantina Galvão Gomes Pereira. São Paulo: Martins Fontes,1992.
BAKHTIN, M. Marxismo e Filosofia da Linguagem. 13. ed. São Paulo: Hucitec, 2009.
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
BAKHTIN. M. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. 14. ed. Trad. Michel Lahud e Yara Frateschi Oliveira. São Paulo: Hucitec, 2010 [1929]
BELÉM, Laura. A atuação do intérprete educacional de língua brasileira de sinais no ensino médio. 2010. Dissertação (Mestrado em Educação), Universidade Metodista de Piracicaba - UNIMEP, Piracicaba, São Paulo, 2010.
CLOT, Y. A Função Psicológica do Trabalho. Tradução de Adail Sobral. Petrópolis - RJ: Editora Vozes, 2006.
CLOT, Y. Trabalho e poder de agir. Tradução de João de Freitas Teixeira e Marlene Machado Zica Vianna. Belo Horizonte: Fabrefactum, 2010.
DAROQUE, S. C. Espaço formativo partilhado entre professores e intérpretes educacionais no contexto da Educação Inclusiva Bilíngue de surdos. 2021. 183 f. Tese (Doutorado em Educação Especial) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2021.
GEGE, Grupo de Estudos dos Gêneros do Discurso. Palavras e contrapalavras: glossariando conceitos, categorias e noções de Bakhtin. São Carlos: Pedro & João Editores, 2009.
GESSER, A. Interpretar ensinando e ensinar interpretando: posições assumidas no ato interpretativo em contextos de inclusão para surdos. Cad. Trad., Florianópolis, v. 35, nº especial 2, p. 534-556, jul-dez., 2015.
GIAMLOURENÇO, P. R. G. M. Tradutor e Intérprete de Libras: construção da formação profissional. 2018. Dissertação (Mestrado em Educação Especial) – Centro de Educação e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2018.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GIRKE, C. A. Atuação e papéis do intérprete educacional de Língua de Sinais. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Letras-Libras). Universidade Federal de Santa Catarina, 2018.
GUARINELLO, A. C.; LISBOA, A. S.; PEREIRA, I. B.; SANTOS, L. T.; IACHISNKI, J. M.; MARQUES, R. Q. S. Qualidade de vida do profissional intérprete de língua de sinais. Distúrb Comun, São Paulo, 29(3): 462-469, setembro, 2017.
LACERDA, C. B. F. Intérprete de Libras: em atuação na educação infantil e no ensino fundamental. Porto Alegre: Mediação/FAPESP, 2009.
LACERDA, C. B. F. Tradutores e intérpretes de Língua Brasileira de Sinais: formação e atuação nos espaços educacionais inclusivos. Cadernos de Educação, v. 36, p.133-153, 2010. Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/caduc/article/viewFile/1604/1487. Acesso em: 22 de fevereiro de 2023.
LACERDA, C. B. F. Intérprete de Libras: em atuação na educação infantil e no ensino fundamental. Porto Alegre: Mediação, 7. ed., 2015.
LACERDA, C. B. F; Bernardino, B. M. O papel do intérprete de língua de sinais nas etapas iniciais de escolarização. In: LODI, A. B e LACERDA, C. B. F. Uma escola duas línguas: letramento em língua portuguesa e língua de sinais nas etapas inicias de escolarização. Porto Alegre: Editora Mediação, 2009. p. 65-79.
LEDERER, M. Simultaneous interpretation units of meaning and other features. In: Gerver, D. H.; Wallace, S. (orgs). Language interpretation and communication. Nova York: Plenum Press, 1978.
LIMA, N. e LODI, A. C. B. A inclusão escolar bilíngue de alunos surdos: princípios, breve histórico e perspectivas. In: Lodi, A. C. B. e Lacerda, C. B. F. Uma escola duas línguas: letramento em língua portuguesa e língua de sinais nas etapas iniciais de escolarização. Porto Alegre: Editora Mediação, 2009, p.65-79.
LIMA, N. O processo de reformulação na interpretação simultânea. Revista Acta Científica, v. 21, n. 1, p. 41-54, 2012.
LIMA, N.; NEVES, C. L. Teorias e técnicas de interpretação. In: Schäffer, A. M.; Torres, M. L. (org). Interpretação: a arte da interpretação simultânea, intermitente e consecutiva. Engenheiro Coelho: Edição do Autor, 2012.
MARTINS, T. B. A are da tradução. Belas Infiéis, Brasília, Brasil, v. 3, n. 1, p. 163–183, 2014. DOI: 10.26512/belasinfieis.v3.n1.2014.11264. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/belasinfieis/article/view/11264. Acesso em: 1 de agosto de 2022.
MOURA, D. H.; GARCIA, S. R. O.; RAMOS, M. N. Educação profissional técnica de nível médio integrada ao ensino médio. Documento Base, Brasília, 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/ setec/arquivos/pdf/documento_ base.pdf. Acesso em: 1 de agosto de 2022.
OLIVEIRA, P. C.. Passo a passo dos estudos tradutórios de Libras e português: Metodologias para tradução e interpretação interlingue. São Paulo: Ed. Sunny, 2022.
OLIVEIRA, P. C. incluir a dissertação
PAGURA, R. J. A interpretação de conferências: interfaces com a Tradução escrita e implicações para a formação de Intérpretes e tradutores. D.E.L.T.A., v. 19 Especial, p. 209-236, 2003.
PAGURA, R. J. Tradução & interpretação. In: AMORIM, L M.; RODRIGUES, C. C.; STUPIELLO, É. (Org). Tradução & Perspectivas Teóricas e Práticas [online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2015, p. 183-207.
SANTIAGO, V. A. A. ANDRADE, C. E. Surdez e sociedade: Questões sobre conforto linguístico e participação social. Porsinal, 2013. Disponível em: https://www.porsinal.pt/index.php?ps=artigos&idt=artc&cat=27&idart=330. Acesso em: 20 de junho de 2022.
SANTIAGO, V. A. A. O intérprete de Libras entre a significação e o tema das enunciações. In: III Congresso Brasileiro de Pesquisas em Tradução e Interpretação de Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa. Florianópolis-SC: UFSC. 15 a 17 de agosto de 2012.
SANTIAGO, V. A. A. Português e Libras em diálogo: Os procedimentos de tradução e o campo do sentido. Libras em Estudo: tradução e interpretação. São Paulo: FENEIS, 2012. Serie pesquisas
SANTIAGO, V. de A. A. Atuação de intérpretes de língua de sinais na pósgraduação lato sensu: estratégias adotadas no processo dialógico. 2013. 97 f. Dissertação (Mestrado em Educação Especial), Universidade Federal de São Carlos. São Carlos, 2013.
SANTOS, K. A. S. O intérprete de Libras no contexto de conferência: Reflexões sobre sua atuação. Dissertação de Mestrado, UFScar São Carlos, 2016.
SANTOS, L. F. O fazer do intérprete educacional: práticas, estratégias e criações. 2014. 203 f. Tese (Doutorado em Educação Especial) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2014.
SANTOS, L. F.; LACERDA, C. B. F. Atuação do intérprete educacional: parceria com professores e autoria. Cadernos de Tradução, v. 35, n. 2, p. 505-533, 2015.
SOBRAL, A. Dizer o ‘mesmo’ a outros: ensaios sobre tradução. São Paulo: Special Book Services Livraria, 2008.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. Trad. Jefferson Luiz Camargo. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
WOODCOCK, K.; FISCHER, S. L. Occupational health and safety for sign language intérpreters. Toronto: Ryerson University, 2008. Disponível em: http://www.avlic.ca/docs/OHSGuideforSLI.pdf. Acesso em: 22 de abril de 2023.
YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman, 2001.
ZAPELINI, C. A. E. Processos formativos constituídos no interior das instituições de Educação Infantil: uma experiência de formação continuada. Campinas: ProPosições, v. 20, n. 2, p. 167-184, maio/ago.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
- Os trabalhos publicados na RDPEE são de responsabilidade exclusiva de seus autores. Os autores concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-CC BY, que permite a distribuição, remixagem, adaptação e criação a partir do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Os autores consentem, que seus artigos podem ser incorporados pela RDPEE em indexadores e bancos de dados atuais existentes ou a existir no futuro; os titulares destes bancos podem reproduzir, transmitir e distribuir os textos, no todo ou em parte, sob qualquer forma ou meio de transmissão eletrônica existente ou desenvolvida no futuro.
Qualis Capes (2017-2020)
Educação: B1