Intelectuais, “romantismo revolucionário” e cultura engajada no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.36311/1982-8004.2008.v2n1.1199Palavras-chave:
intelectuais, romantismo revolucionário, modernização periférica, MarxismoResumo
Articulando as relações entre cultura, ideologia e política no Brasil a partir de meados dos anos 50, o artigo mostra os debates focando em alguns setores da intelligentsia brasileira ao pensar os problemas da modernização do país, fazendo com que parte dela se ampliasse tendo ecos em setores da cultura engajada dos nos 60, marcado por um “romantismo revolucionário”. Aqui, figuras-chaves como Glauber Rocha e Oduvaldo Vianna Filho são desdobrados em suas afinidades com o romantismo revolucionário, ambos marcados por essa estrutura de sensibilidade que influenciará significativamente a formação de uma intelligenstia anticapitalista brasileira e, por outro lado, com visões distintas acerca do binômio arte/política. Essa visão de mundo entraria em crise em contraposição a uma Indústria Cultural acelerada mudando aspectos da própria intelligenstia brasileira. O Brasil, marcado por um capitalismo dual, ou melhor, de desenvolvimento desigual e combinado, movimentado pela luta de classes em uma temporalidade com novas associações e interações, que se regenera em formas surpreendentes.Downloads
Referências
ARANTES, Paulo. E. A fratura brasileira do mundo. In: Zero à Esquerda. São Paulo: Conrad, 2004.
BIANCHI, Álvaro. Existe uma teoria marxista da política? O debate-Bobbio trent’anni doppo. In. Lua Nova, São Paulo, 70: 39-82, 2007.
BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito de história. In: Magia e Técnica, Arte e Política Ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 7a edição, 1994.
CANDIDO, Antônio. CASTELLO J. Aderaldo. Presença da literatura brasileira. São Paulo/Rio de Janeiro: Difel, 1975.
COELHO, Cláudio N. P. A Tropicália: cultura e política nos anos 60. In: Tempo Social; Rev. Social. USP, S. Paulo, vol. 1 (1), 1989.
HOLLANDA, H. B. Impressões de viagem: CPC, Vanguarda e Desbunde: 1960/1970. São Paulo: Editora Brasiliense, 1981.
COCTEAU, Jean. Ópio – Diário de uma desintoxicação. São Paulo: Editora Brasiliense, 1985.
COUTINHO. Carlos N. Cultura e Sociedade no Brasil: ensaios sobre idéias e formas. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
DEMIER, Felipe. A lei do desenvolvimento desigual e combinado de Leon Trotsky e a intelectualidade brasileira. In: Outubro, no16, 2o semestre, p. 75 – 107, 2007.
FREDERICO, Celso. A política cultural dos comunistas. In: MORAES, João Quartim de. (org.) História do Marxismo no Brasil. Vol. III. São Paulo: Editora Unicamp, 2a edição, 2007.
GALVÃO, M. R. & BERNADET, J. C. Cinema: repercussões em caixa de eco ideológica. São Paulo: Brasiliense, 1983.
GRAMSCI, Antonio. Escritos políticos. In: SADER, Emir (org.) Gramsci – poder, política e partido. São Paulo: Expressão Popular, 2005.
LAHUD, Michel. A vida clara linguagens e realidade segundo Pasolini. São Paulo: Companhia das letras/ Editora Unicamp, 1993.
LAHUERTA, Milton. Em busca da formação social brasileira: marxismo e vida acadêmica. In: Perspectivas, São Paulo, 28: 157-186, 2005.
LAHUERTA, Milton. Intelectuais e resistência democrática: vida acadêmica, marxismo e política no Brasil. In: Cadernos AEL, v.8, n.14/15, 57 -90. 2001.
LÖWY, Michael. A Evolução Política de Lukács: 1909- 1929. São Paulo: Cortez, 1998.
LÖWY, Michael. Romantismo e Messianismo. São Paulo: Edusp/ Perspectiva, 1990.
MÜLLER, Ricardo Gaspar. Razão e utopia: Thompson e a história. (Doutorado em História) – Departamento de História, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.
NAPOLITANO, Marcos. Em busca do tempo perdido: utopia revolucionária e cultura engajada no Brasil. In: Revista de Sociologia e Política, no16: 149-152, jun. 2001.
PATRIOTA, Rosangela. História – Teatro – Política: Vianinha, 30 anos depois. In: Revista de História e Estudos Culturais. Vol. 1, ano 1, no 1, out/nov/dez, 2004.
PEIXOTO, Fernando. (org). Vianinha: Teatro – Televisão – Política. São Paulo: Brasiliense, 1983.
QUERIDO, Fábio Mascaro. “Alarme de incêndio”: romantismo, messianismo e marxismo em Walter Benjamin. In: Estudos de Sociologia, Araraquara, v.13, n. 24, p.233 -238, 2008.
RIDENTI, Marcelo. Intelectuais e romantismo revolucionário. In: São Paulo em Perspectiva, 15(2), 2001.
RIDENTI, Marcelo. Artistas e intelectuais nos anos 60. In: Tempo Social, v.17, n.1, p. 81-110), 2005.
RIMBAUD, Artur. A correspondência de Artur Rimbaud. In: BARROSO, Ivo (edição e seleção). Porto Alegre: L&PM, 1983.
RUBIM, Antônio Albino C. Marxismo, Cultura e Intelectuais no Brasil. In: MORAES, João Quartim de. (org.) História do Marxismo no Brasil. Vol. III. São Paulo: Editora Unicamp, 2a edição, 2007.
TOLEDO, Caio Navarro de. Intelectuais do ISEB, esquerda e marxismo. In: MORAES, João Quartim de (org.). História do marxismo no Brasil. Vol. III. São Paulo: Editora Unicamp, 2a edição, 2007.
TROTSKY. Leon. Literatura e Revolução. Rio de Janeiro: Zahar editores, 1969.
VASCONCELLOS, Gilberto F. Glauber Pátria Rocha livre. São Paulo: Editora Senac, 2001.
XAVIER, Ismail. Glauber Rocha: o desejo da história. In: O cinema brasileiro moderno. São Paulo: Paz e Terra, 2001.
XAVIER, Ismail. Prefácio: Carne e o espírito: estar inteiro na situação. In: ROCHA, Glauber. O século do cinema. São Paulo: Cosacnaify, p.9-31, 2006.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2008 Deni Ireneu Alfaro Rubbo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Política para Periódicos de Acesso Livre
Os autores mantém o direito autoral sob o artigo publicado e a Revista Aurora detém o direito de primeira publicação. A Revista adota licença Licença Creative Commons Attribution (CC BY) 4.0 International, utilizada internacionalmente pelos principais periódicos e publicadores de acesso aberto. Esta licença permite que terceiros remixem, adaptem e criem a partir do trabalho publicado, atribuindo o devido crédito de autoria e publicação inicial neste periódico. Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (por exemplo: publicar em repositório institucional, em site pessoal, publicar uma tradução ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.