Considerações teóricas sobre o trabalho e o tempo disponível
DOI:
https://doi.org/10.36311/1982-8004.2016.v9n2.03.p22Palabras clave:
Ser Social, Tempo Disponível, TrabalhoResumen
Esta pesquisa faz uma análise teórica do tema trabalho e tempo disponível. Para compreensão do ser social e de seu desenvolvimento a partir das formas anteriores, sua articulação com estas, sua fundamentação nelas e a distinção em relação a elas, é essencial a análise do trabalho. O trabalho funda o ser social e nele encontra a sua raiz, sendo uma atividade teleológica, consciente e livre, mediadora do necessário e eterno intercâmbio material com a natureza, pelo qual o homem produz bens, valor de uso que suprem necessidades humanas, seja qual forma a natureza e a origem delas. Com o processo de industrialização, não é apenas a combinação e o espírito coletivo do trabalho que se transferem à máquina na grande indústria, mas que a própria capacidade produtiva do trabalhador passa a ser substituída pela máquina, passagem essa somente possível pela aplicação da ciência à produção, ciência essa que faz parte de uma atividade social que não é trabalho produtivo. A riqueza vai deixando de ser criada pelo trabalho vivo e passa a ser criada pelo trabalho morto. No movimento em que o capitalismo engendra sua dissolução, graças à incrementação do processo produtivo em razão da ciência produzida no tempo de não-trabalho, o tempo de trabalho deixa de ser a medida da riqueza que passa a ser o tempo disponível que, além produzir ciência também produz, arte, socialibilidade, esportes, lazer. Concluiu-se que a organização científica do trabalho não amplia o tempo disponível do funcionário, embora haja a redução do tempo de trabalho necessário, há ampliação do trabalho excedente e, também, este não se desliga quando está fora do tempo e do espaço de trabalho. A orientação teórico-metodológica destes apontamentos compreendeu o materialismo histórico dialético, estabelecendo uma conexão com o conhecimento teórico e a realidade histórica objetiva.
Descargas
Referencias
BRAVERMAN, Harry. Trabalho e capital monopolista. Rio de Janeiro: Zahar, 1980.
GORZ, André. Adeus ao proletariado. Rio de Janeiro: Forense – Universitária, 1987.
GRAMSCI, Antonio. Cadernos do cárcere. Temas de cultura. Ação católica. Americanismo e fordismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001, V. 4.
KOSIK, K. Dialética do concreto. São Paulo: Paz e Terra, 1995.
LANDE, David S. Prometeu desacorrentado: transformação tecnológica e desenvolvimento industrial na Europa Ocidental, desde 1750 até nossa época. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994.
LUKÁCS, Georg. A Ontologia do Ser Social. São Paulo: Boitempo, 2013.
MARX, Karl. O Capital: Crítica da Economia Política. Livro I, Rio de Janeiro: ed. Civilização Brasileira, 2001, vol. I e II.
MARX, Karl. Manuscritos econômicos filosóficos. São Paulo: Boitempo, 2004.
MARX, ENGELS. A Ideologia Alemã: crítica da mais recente filosofia alemã em seus representantes Feuerbach, B. Bauer e Stirner, e do socialismo alemão em seus diferentes profetas 1845-1846. São Paulo: Boitempo, 2007.
MÉSZÁROS, István. Para além do Capital. Campinas: Editora Unicamp, 2002.
TEIXEIRA, Déa Lúcia Pimentel; SOUZA, Maria Carolina A. F. De. Organização do processo de trabalho na evolução do capitalismo. Rev. adm. empres. vol.25 no.4 São Paulo Oct./Dec. 1985. Acesso em: 14 de mar. 2016. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75901985000400007.
THOMPSON, E. P. Costumes em Comum. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2017 Marcela Andresa Semeghini Pereira
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Política para Periódicos de Acceso Abierto
Los autores mantienen los derechos de autor sobre el artículo publicado y la Revista Aurora posee el derecho de primera publicación. La Revista adopta la licencia Creative Commons Attribution (CC BY) 4.0 International, utilizada internacionalmente por las principales revistas y editores de acceso abierto. Esta licencia permite que terceros remixen, adapten y creen a partir del trabajo publicado, otorgando el debido crédito de autoría y publicación inicial en esta revista. Los autores tienen permiso para asumir contratos adicionales por separado, para distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicada en esta revista (por ejemplo: publicar en un repositorio institucional, en un sitio personal, publicar una traducción o como capítulo de libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.