Resumen
Esse artigo objetivou analisar o caráter ideológico emancipatório da política de Economia Solidária adotada entre 2002 e 2013 no Brasil à luz do conceito de emancipação social da perspectiva “marxiana”. Esse estudo, que é qualitativo, apoiou-se nas contribuições metodológicas de Godoi, Bandeira-de-Mello e Silva (2006). Inicialmente, artigos clássicos que tratam do conceito de emancipação foram consultados, como os de Marx, Engels e Gramsci. Em seguida, concentrou-se em artigos contemporâneos sobre Economia Solidária, como os de Singer, Santos e Barbosa. Pôde-se concluir que existe um distanciamento significativo entre as propostas de emancipação delineadas por Marx e aquelas que dão suporte à Economia Solidária nos padrões atuais. Essa conclusão revela uma mudança ideológica do movimento, que deixou de ser independente para se aliar ao Estado, contribuindo assim para a superação de problemas gerados pelo capitalismo, como desemprego e desigualdade social e, por consequência, para a continuidade do sistema do capital.
Submetido em: 06/06/2020
Aprovado em: 02/07/2020
Referencias
ADLER, P. S. Marx and the organization studies today. Oxford University Press. 2009.
BARBOSA, R. N. C. A Economia Solidária como Política Pública. São Paulo: Cortez, 2007.
BARBOSA, R. N. C. A Política Pública de Economia Solidária. São Paulo: Cortez, 2008.
COELHO, L. Economia da família. In: CATTANI, Antonio David; LAVILLE, Jean-Louis; GAIGER, Luiz Inácio; HESPANHA, Pedro. Dicionário internacional da outra economia. Edições Almedina. São Paulo. 2009.
DOWBOR, L. Democracia Econômica: No horizonte das teorias. Versão livre disponibilizada pelo autor. São Paulo. Brasil. 2006.
ENGELS, F. Revolução e Contra-Revolução na Alemanha. Boitempo Editorial. Versão reproduzida. 1852.
GAIGER, Luiz Inácio in: CATTANI, Antonio David; LAVILLE, Jean-Louis; GAIGER, Luiz Inácio; HESPANHA, Pedro. Dicionário internacional da outra economia. Edições Almedina. São Paulo. 2009.
GODOI, C. K.; BANDEIRA-DE-MELLO, R; SILVA, A. B. Pesquisa qualitativa em estudos Organizacionais: paradigmas, estratégias e métodos. São Paulo: Saraiva, 2006.
GRAMSCI, A. Men or Machines. Translated: Natalie Campbell. Original Published: Avanti. 1916.
MANCE, E. A. Redes de colaboração solidária – Aspectos econômico-filosóficos: complexidade e libertação. Petrópolis. Vozes. 2002.
MARENS, R. It's not just for communists any more: Marxian political economy and organization theory. Oxford University Press. 2009.
MARX, K. Manuscritos Econômico-Filosóficos. Boitempo Editorial – Versão Reproduzida. Brasil. 1844.
MARX, K. Luta de Classes e Luta Política. Boitempo Editorial – Versão Reproduzida. Brasil. 1847.
MARX, K. Trabalho Assalariado e Capital. Boitempo Editorial – Versão Reproduzida. Brasil. 1849.
MARX, K. Contribuição à crítica da economia política. Martins Fontes. Brasil. 1998.
MARX, K; ENGELS, F. Manifesto Comunista. Boitempo Editorial – Versão Reproduzida. Brasil. 1848.
MARX, K; ENGELS, F. A Ideologia Alemã. Introdução: Jacob Gorender tradução: Luis Cláudio de Castro e Costa. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
SANTOS, B. S. Para um novo senso comum: a ciência, o direito e a política na transição paradigmática – A crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência. Boaventura de Souza Santos. 4. ed. São Paulo Cortez. 2002.
SINGER, P. Globalização e desemprego: diagnóstico e alternativas. São Paulo: Contexto, 1999.
SINGER, P. Introdução à Economia Solidária/Paul Singer – 1ª ed. – São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2002.
SNAPE, D.; SPENCER, L. The foundations of qualitative research. In: RITCHIE, J.; LEWIS, J. Qualitative research practice. Londres: Sage, 2008.
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Derechos de autor 2021 Revista Aurora