Resumo
Sob uma perspectiva de gênero, enquanto categoria de análise histórica, e através de um diálogo interdisciplinar com a Sociologia, a Antropologia e a História, este artigo dedica-se a uma breve análise do cotidiano do ‘Centro Comunitário Nova Marília’ e das mulheres que foram suas membro-fundadoras. Aprofundando-se no estudo dos discursos e das práticas, observados e registrados através de trabalho etnográfico apresentado em dissertação de mestrado, o texto procura entender como tais mulheres consentiam e/ ou reagiam frente às representações dominantes da diferença entre os sexos. Particularmente, aqui trabalhamos com a incorporação de normas sociais consideradas ‘naturais’ e com o conceito de ‘violência simbólica’ estabelecido por Pierre Bourdieu. Nesse sentido, procuramos compreender também a emergência de um movimento feminista/ feminino, no qual as mulheres se mostraram capazes de articular responsabilidades e privilégios não apenas para si mesmas, mas também para o bem da coletividade.Referências
ABRAMOVAY, Miriam. CASTRO, Mary Garcia (orgs.). Engendrando um novo feminismo: mulheres líderes de base. Rio de janeiro: UNESCO/ CEPIA, 1998.
ALVES, Branca Moreira. PITANGUY, Jacqueline. O que é feminismo. São Paulo: Editora Brasiliense, 1991. (Coleção Primeiros Passos, 20).
AVELAR, Lúcia. A participação política da mulher e a ideologia do conservadorismo político feminino: subsídios para novas pesquisas. XI Encontro Anual da ANPOCS, Águas de São Pedro, 1987 (mimeo).
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989.
BOURDIEU, Pierre. Coisas ditas. São Paulo: Brasiliense, 1990.
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.
CHARTIER, Roger. Diferenças entre os sexos e dominação simbólica (nota crítica). In: Cadernos PAGU – Fazendo História das Mulheres. (4). Campinas: PAGU – Núcleo de Estudos de Gênero/ UNICAMP, 1995, p. 37-47.
CORADINI, Odaci Luiz. O referencial teórico de Bourdieu e as condições para sua aprendizagem e utilização. Revista Veritas. Porto Alegre, v. 41, n. 162, PUCRS, junho/ 1996. p. 207-220.
DIAS, Maria Odila L. dos Santos. Novas subjetividades na pesquisa histórica feminista: uma hermenêutica das diferenças. Revista Estudos feministas, Rio de Janiero, v. 2, n. 2/94, CIEC/ UFRJ, 1994, p. 373-382.
PINTO, Celi Regina Jardim. Uma história do feminismo no Brasil. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2003, 119 p. (Coleção História do povo Brasileiro).
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2012 Revista Aurora