Segregação ou miscigenação

os dilemas da eugenia no Brasil nas primeiras décadas do Século XX

Autores

  • Ramatis Jacino Professor da Universidade Federal do ABC
  • Weber Lopes Goes Pesquisador do Centro de Estudos Periféricos (CEP) UNIFESP

DOI:

https://doi.org/10.36311/1982-8004.2022.v15.n1.p131-154

Palavras-chave:

Eugenia, Boletim de eugenia, Miscigenação, Racismo, Segregação

Resumo

O movimento eugenista nasceu no final do século XIX, na Inglaterra, tendo como principal protagonista Francis Galton (1822-1911); ao Brasil, chegou na passagem do século XIX para o XX, mas ganhou capilaridade a partir do protagonismo de Renato Kehl (1889-1974). Os partidários da eugenia acreditavam na sua efetivação para eliminar os grupos que apresentavam comportamentos anormais, por meio de políticas de controle de natalidade, criação de espaços de segregação, eliminação física e outros métodos. O presente artigo tem como finalidade discorrer sobre os fatores que, de acordo com a história da eugenia, propiciaram o seu nascimento na Europa e EUA. No Brasil, buscar-se-á demonstrar que embora a eugenia tenha tido receptividade por parte dos intelectuais, médicos e aqueles alinhados com os preceitos eugênicos, constata-se que ela foi um mecanismo fundamental para objetivar a segregação, a miscigenação e a eliminação dos negros/as no interior da sociedade brasileira. Tais ações foram realizadas para se constituir um povo brasileiro que, ao juízo dos eugenistas, deveria ser branco e, ao mesmo tempo, responder às transformações que o país estava sofrendo  em um contexto de modernização. Dessa forma, o ideário dos eugenistas era reverberado nos artigos publicados nos “Boletins de Eugenia”, que tiveram ampla circulação no Brasil entre os anos de 1929 e 1933.

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Biografia do Autor

Ramatis Jacino , Professor da Universidade Federal do ABC

Doutor em História Econômica (USP) e Pós-Doutorado Universidade de Coimbra, UC, Portugal

Weber Lopes Goes, Pesquisador do Centro de Estudos Periféricos (CEP) UNIFESP

Doutorado em Ciências Humanas e Sociais (UFABC)

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Publicado

2022-10-18

Edição

Seção

Dossiê