TRADUTORES E INTÉRPRETES EDUCACIONAIS
REFLEXÕES ACERCA DA FORMAÇÃO E CONTRATAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.36311/2358-8845.2024.v11n1.e0240009Palabras clave:
Intérprete educacional., Surdos, Formação, BilinguismoResumen
As políticas públicas de atendimento ao estudante surdo no Brasil reconhecem que o profissional responsável por atuar na mediação linguística é o tradutor e intérprete de Língua Brasileira de Sinais - Libras. No contexto educacional, esse profissional é contratado a partir de diferentes pré-requisitos. Desta forma, este estudo tem como objetivo refletir acerca da formação dos intérpretes educacionais e a sua contratação no ambiente educacional. Como metodologia utilizou-se uma pesquisa documental realizada com dois tipos de fontes: a) ementas dos cursos de graduação em Tradução e Interpretação com Habilitação em Libras; b) editais estaduais de contratação para intérprete educacional. Durante o estudo percebeu-se que o cenário nacional é bastante diverso, manifestando as necessidades, potencialidades e limites de cada contexto regional. Assim, os resultados apontam para a necessidade de discussões sobre a formação para a atuação do intérprete educacional, bem como na falta de consenso nas exigências de contratação deste profissional. Este resultado corrobora com a baixa oferta de cursos superiores de tradução e interpretação na maioria das regiões, o que faz com que as orientações propostas pelos documentos oficiais fiquem distantes da prática. Neste sentido, de maneira emergencial os editais permitem e abrem precedentes para a contratação de profissionais com formação diversa, algumas vezes sem o pré-requisito da formação em nível superior. Esse recurso aplicado em situações emergenciais visa dar conta da educação bilíngue inclusiva e “de qualidade” para os estudantes surdos, solução essa que pode apresentar limites didáticos e metodológicos no exercício da profissão.
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