Ver com (outros olhos) no Instituto Benjamin Constant

modos como vamos nos formando professoras

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36311/2358-8845.2022.v9n2.p71-84

Palavras-chave:

Formação de professores, Educação Especial, Deficiência visual

Resumo

Este artigo tem como objetivo apresentar um relato de experiência, no qual narramos encontros formativos no Instituto Benjamin Constant (IBC), instituição referência no atendimento de pessoas com cegueira e baixa visão, localizada no bairro da Urca, no Rio de Janeiro. Somos professoras e pesquisadoras das nossas trajetórias formativas e consideramos que a formação não está apenas circunscrita aos cursos de formação de professores, ela vai além, transbordando tais fronteiras. Nesse sentido, conviver no IBC nos proporcionou problematizar algumas certezas que alimentamos por algum tempo, fruto de uma formação sócio-histórica moderna e ocidental. Dentre elas, a desnaturalização dos modos como percebemos o mundo e decretamos juízo sobre ele. Assim, buscamos refletir, a partir de nossas experiências, sobre os elementos que têm nutrido nossa formação, nos permitindo ver com outros olhos, propondo uma reflexão sobre os efeitos das condições formativas a que somos submetidas em nossas ações educativas e contribuindo para pensarmos os processos formativos no que diz respeito à educação de pessoas nomeadas com deficiência visual, a partir do encontro com outros.

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Biografia do Autor

Daiana Pilar Andrade de Freitas SILVA, Instituto Benjamin Constant

É professora de Ensino Básico Técnico e Tecnológico na Educação Infantil do Instituto Benjamin Constant. Doutoranda em educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação: Processos Formativos e Desigualdades Sociais PPGEDU-UERJ. Mestra em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação: Processos Formativos e Desigualdades Sociais PPGEDU-UERJ. Especialista em Educação Especial e Inclusiva pela Faculdade de Educação São Luis /FESL. Especialista em Literatura Infantojuvenil pela Universidade Federal Fluminense/UFF (2011). Licenciada em Pedagogia pela UFF. Faz parte do Grupo de Pesquisas Vozes da Educação da FFP/UERJ e do  Coletivo Diferenças e Alteridades na Educação.

Leidiane dos Santos Aguiar MACAMBIRA, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ e Instituto de Educação Professor Ismael Coutinho- IEPIC

Professora substituta no curso de Pedagogia da FFP-UERJ. Professora no Curso Normal do Instituto de Educação Professor Ismael Coutinho (IEPIC). Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF), com bolsa da CAPES. Mestre em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação: Processos Formativos e Desigualdades Sociais PPGEDU-UERJ, com bolsa da CAPES. Pedagoga pela Faculdade de Formação de Professores da UERJ/FFP, com bolsa PIBIC. Atua nas linhas de pesquisa: "Narrativas de formação de mulheres negras" e "Estudos do Cotidiano e Educação Popular" (PPGEDU-UFF). Vice-líder do Grupo de Pesquisa "LEAM: Laboratório de estudos e aprontos multimídia: relações étnico-raciais na cultura digital".

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Publicado

2022-12-01

Como Citar

Pilar Andrade de Freitas SILVA, D., & MACAMBIRA, L. dos S. A. (2022). Ver com (outros olhos) no Instituto Benjamin Constant: modos como vamos nos formando professoras . Revista Diálogos E Perspectivas Em Educação Especial, 9(2), 71–84. https://doi.org/10.36311/2358-8845.2022.v9n2.p71-84