Ver com (outros olhos) no Instituto Benjamin Constant
modos como vamos nos formando professoras
DOI:
https://doi.org/10.36311/2358-8845.2022.v9n2.p71-84Palavras-chave:
Formação de professores, Educação Especial, Deficiência visualResumo
Este artigo tem como objetivo apresentar um relato de experiência, no qual narramos encontros formativos no Instituto Benjamin Constant (IBC), instituição referência no atendimento de pessoas com cegueira e baixa visão, localizada no bairro da Urca, no Rio de Janeiro. Somos professoras e pesquisadoras das nossas trajetórias formativas e consideramos que a formação não está apenas circunscrita aos cursos de formação de professores, ela vai além, transbordando tais fronteiras. Nesse sentido, conviver no IBC nos proporcionou problematizar algumas certezas que alimentamos por algum tempo, fruto de uma formação sócio-histórica moderna e ocidental. Dentre elas, a desnaturalização dos modos como percebemos o mundo e decretamos juízo sobre ele. Assim, buscamos refletir, a partir de nossas experiências, sobre os elementos que têm nutrido nossa formação, nos permitindo ver com outros olhos, propondo uma reflexão sobre os efeitos das condições formativas a que somos submetidas em nossas ações educativas e contribuindo para pensarmos os processos formativos no que diz respeito à educação de pessoas nomeadas com deficiência visual, a partir do encontro com outros.
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