O corpo como espaço de fronteiras
PDF

Palavras-chave

corpo
identidades
poder

Como Citar

PIANTE CHOTOLLI, W. O corpo como espaço de fronteiras: os (des)arranjos das identidades e suas relações de poder. Revista Aurora, [S. l.], v. 15, n. 1, p. 91–114, 2022. DOI: 10.36311/1982-8004.2022.v15.n1.p91-114. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/aurora/article/view/11902. Acesso em: 18 abr. 2024.

Resumo

Considerando as novas possibilidades de formação dos sujeitos e suas performances pautadas na transposição dos corpos, se faz necessário analisar teoricamente o modo como o corpo se constitui tal qual espaço de fronteira e de confronto com as tradicionais formas hegemônicas impositivas de valores e comportamentos. Objetiva-se problematizar o corpo como construção social e suas implicações políticas para a valorização das diferenças, versando sobre as diversas manifestações possíveis de expressão das vontades e dos desejos, constituindo-se um dos elementos de composição das identidades. Para tanto, procede-se da pesquisa bibliográfica de autoras e autores dos estudos culturais e das teorias queer para a análise do diverso, compreendendo que o corpo também é refletido dentro de um contexto histórico e cultural e também um diálogo com as reflexões propostas por Michel Foucault.  Desse modo, questiona-se as fronteiras existentes entre os sujeitos, destacando as práticas associadas às identificações e seus limites na contemporaneidade, apontando para as angústias e incertezas criadas em torno das representações sociais identitárias e para a dificuldade da superação de algumas classificações relacionadas à questão biológica, visto que as diferenças quase sempre estão associadas aos corpos físicos. Com efeito, pode se concluir que os corpos são composições construídas em torno de estruturas de poder, levando a segregação e a exclusão de acordo com os aspectos sociais vigentes.

https://doi.org/10.36311/1982-8004.2022.v15.n1.p91-114
PDF

Referências

AGIER, Michael. Nova Cosmópolis: as fronteiras como objetos de conflito no mundo contemporâneo. RBCS. Vol. 31, n. 91, p. 1-11, jun. 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v31n91/0102-6909-rbcsoc-3191032016.pdf. Acesso em: 28 maio. 2021.

BARTH, Fredrik. Grupos étnicos e suas fronteiras. In: POUTIGNAT, Philippe; STREIF-FENART, Jocelyne. Teorias da Etnicidade. Seguido de Grupos étnicos e suas fronteiras de Fredrik Barth. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1998. p.187-227.

BAUMAN, Zygmunt. Identidade: entrevista a Benedetto Vecchi. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.

BELELI, Iara. Brasileiros/as no atravessar de fronteiras: (des)organizando imaginários. In: MISKOLCI, Richard; PELÚCIO, Larissa (org). Discursos fora da ordem: sexualidades, saberes e direitos. São Paulo: Annablume; Fapesp, 2012. p. 73-96.

BENTO, Berenice. Na escola se aprende que a diferença faz a diferença. Rev. Estud. Fem., Florianópolis, v. 19, n. 2, p. 549-559, ago. 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ref/a/DMNhmpzNbKWgH8zbgQhLQks/?lang=pt&format=pdf. Acesso em 28 maio. 2021.

BRAH, A. Diferença, diversidade, diferenciação. Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 26, p. 329–376, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8644745. Acesso em: 28 maio. 2021.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 13.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 5.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.

CONNELL, Raewyn; PEARSE, Rebecca. Gênero: uma perspectiva global. São Paulo: nVersos, 2015.

DESCHAMPS, Jean-Claude; MOLINER, Pascal. A identidade em Psicologia Social: dos processos identitários às representações sociais. 2.ed. Petrópolis: Vozes, 2014.

FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade: curso no Collége de France (1975-1976). São Paulo: Martins Fontes, 1999.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade 1: a vontade de saber. 4.ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2017.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 7.ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2018.

FOUCAULT, Michel. Os anormais: curso no Collége de France (1974-1975). São Paulo: Martins Fontes, 2001.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11. ed. Rio de Janeiro, DP&A, 2011.

JOHNSON, Richard. O que é, afinal, estudos culturais? In: SILVA, Tomaz Tadeu da (org). O que é, afinal, Estudos Culturais?. 5.ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2014.

LAQUEUR, Thomas. Inventando o sexo: corpo e gênero dos gregos a Freud. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2001.

LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre: Artmed; Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999.

LOURO, Guacira Lopes. Pedagogias da sexualidade. In: LOURO, Guacira Lopes (org). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 3.ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2016. p. 07-34.

LOURO, Guacira Lopes. Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2018.

MACEDO, Elizabeth. A cultura e a escola. In: MISKOLCI, Richard (org). Marcas da diferença no ensino escolar. São Carlos: EdUFSCar, 2014. p. 11-43.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico: projetos de pesquisa/ pesquisa bibliográfica/ teses de doutorado, dissertações de mestrado, trabalhos de conclusão de curso. 8.ed. São Paulo: Atlas, 2020.

MEZZADRA, Sandro. Multiplicação das fronteiras e práticas de mobilidade. REMHU - Rev. Interdiscip. Mobil. Hum., Brasília, Ano XXIII, n. 44, p. 11-30, jan./jun. 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/remhu/a/rGrHpRZ4QGG5GsHgRd7zwHw/?format=pdf&lang=pt. Acesso em 28 maio. 2021.

NOGUEIRA, Ricardo José Batista. Fronteira: espaço de referência identitária? Ateliê Geográfico, Goiânia, v. 1, n. 2, p. 27-41, dez. 2007. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/atelie/article/view/3013/3051. Acesso em 25 out. 2021.

OEHMICHEN, Cristina. Los imaginarios de la alteridad y la construcción del chivo expiatorio: Trump y el racismo antinmigrante. Rev. pueblos front. digit., San Cristóbal de Las Casas , v. 13, e344, p. 1-21, dic. 2018 . Disponível em: http://www.scielo.org.mx/pdf/rpfd/v13/1870-4115-rpfd-13-e344.pdf. Acesso em 28 maio. 2021.

SEFFNER, Fernando. Um bocado de sexo, pouco giz, quase nada de apagador e muitas provas. Rev. Estud. Fem., Florianópolis, v. 19, n. 2, p. 549-559, ago. 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ref/v19n2/v19n2a17.pdf. Acesso em 28 maio. 2021.

SOUZA, Mariana Jantsch de. Fronteiras simbólicas – espaço de hibridismo cultural, uma leitura de Dois Irmãos, de Milton Hatoum. Letrônica, Porto Alegre, v. 7, n. 1, p. 475-489, jan./jun., 2014. Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/letronica/article/view/16655/11674. Acesso em: 25 out. 2021.

SPARGO, Tamsin. Foucault e a teoria queer: seguido de Ágape e êxtase: orientações pós-seculares. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2019

VENCATO, Anna Paula. Diferenças na Escola. In: MISKOLCI, Richard; LEITE JÚNIOR, Jorge (org). Diferenças na educação: outros aprendizados. São Carlos: EdUFScar, 2014. p. 19-56.

WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: SILVA, Tomaz Tadeu (org). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. 15. ed. Petrópolis: Vozes, 2014. p. 07-72.

YIN, Robert K. Pesquisa qualitativa do início ao fim. Porto Alegre: Penso, 2016.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2022 Revista Aurora

Downloads

Não há dados estatísticos.