A democracia violentada
DOI:
https://doi.org/10.36311/1982-8004.2017.v10n1.11.p133Palavras-chave:
Norberto Bobbio, DemocraciaResumo
Entre todas as ações criminosas que os homens podem realizar contra outros homens, o atentado é um dos que mais se aproxima do mal radical: é o delito máximo, o homicídio, dirigido conscientemente contra os inocentes. Aquele que coloca uma bomba letal em um trem ou na sala de espera de uma estação sabe com certeza que as vítimas que o seu gesto produz não têm, em relação ao fim ou aos fins a que ele se propõe, nenhuma culpa. Não atinge o inimigo, verdadeiro ou presumido, mas por capricho aqueles que por acaso se encontram naquele trem, ou naquela sala de espera, naquela praça. Não quero dizer que o terrorista não tenha um inimigo para atingir ou do qual se vingar. Mas o seu inimigo está em outro lugar: a chacina dos inocentes é apenas um meio para atingir indiretamente um inimigo que apenas ele sabe ou deve saber quem é e onde está. Talvez não exista modo mais perverso de reduzir o homem a um meio que o de considerar puro meio de um desenho desconhecido a sua morte violenta. [...]
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Referências
Este texto, extraído da Revista Nuova Antologia (n. 2191, Florença: Le Monnier, jul-set, 1994, pp. 253-255) é o fio da análise de Norberto Bobbio no relatório do congresso de Brescia sobre “Violência política e desestabilização antidemocrática”, ocorrido na cidade lombarda em maio de 1994 por ocasião do vigésimo aniversário do atentado à Piazza della Loggia. Foi republicado em La Stampa, 28 maggio 1994. Agradecemos ao Instituto Norberto Bobbio pela gentileza da cessão dos direitos de tradução e publicação deste texto. Tradução de Erica Salatini. Revisão técnica de Rafael Salatini.
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