A persistência da Europa como medida da modernidade
a propósito da epopeia habermasiana
DOI:
https://doi.org/10.36311/1982-8004.2018.v11n1.10.p169Palavras-chave:
Modernidade, Colonialidade, Jürgen HabermasResumo
O objetivo do presente trabalho é apresentar as relações entre eurocentrismo como padrão cognitivo imperial e o pensamento social de Jürgen Habermas. Tal análise será levada a cabo pela discussão do método comparativo bastante comum à tradição das ciências sociais europeias e cujo uso em Habermas torna possível entrever o monismo universalista característica de sua teoria em que a Europa é tomada como norma, significante mestre, medida de todas as outras sociedades e civilizações do mundo. Para desenvolver o objetivo delineado, foram escolhidas, basicamente, duas obras, uma dos anos de 1980 e outra do início do século XXI com o intuito de mostrar como a narrativa habermasiana se mantém basicamente presa ao que designamos por padrão cognitivo imperial europeu pela qual se entreve uma geopolítica de classificação da população mundial cuja dinâmica se iniciou em 1492 com a conquista da América.
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