Tendências da atuação sindical no Brasil de hoje
DOI:
https://doi.org/10.36311/1982-8004.2016.v9n2.02.p3Palavras-chave:
Reestruturação produtiva, Globalização da economia, Movimento sindical, Greves, Reivindicações dos trabalhadoresResumo
Este artigo procura demonstrar que a reestruturação produtiva, isto é, a modernização tecnológica e organizacional das empresas, e as condições econômicas mundiais determinadas pelo processo de intensificação da internacionalização dos mercados prescrevem a negociação permanente como nova orientação política dos sindicatos para a defesa dos interesses dos trabalhadores, seja empresa por empresa, por setor ou articulada entre governo x sindicato x empresários. De combativos no século passado, os sindicatos tendem a adotar a estratégia da negociação direta permanente, procurando evitar a greve e, sobretudo e fundamentalmente, evitar demissões com a apresentação de reivindicações que inviabilizem a competitividade de suas empresas provocando o seu deslocamento para outras regiões, estados ou países. São negociações que visam principalmente a manutenção dos empregos, como comprovam a adesão dos metalúrgicos das grandes montadoras de automóveis ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE) em setembro de 2015 e a aprovação da revisão do acordo coletivo celebrado em 2014 em troca de estabilidade no emprego em 2016, como será demonstrado ao longo deste artigo. Assiste-se, assim, à uma verdadeira revolução na regulamentação das relações de trabalho, pois que o negociado tende a se sobrepor ao legislado sempre que a manutenção dos empregos estiver ameaçada.
Downloads
Referências
ANTUNES, Ricardo. Os Sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo Editorial, 2006.
ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. São Paulo: Cortez, 1995.
BOYER, R. La Flexibilité en Europe. Paris: La Découverte, 1986.
BURAWAY, M. The politics of production: factory regimes under capitalism and socialism. Verso,Thetford Press, England: 1985.
CASTELLS, Manuel. A era da informação: economia, sociedade e cultura. v.1. A Sociedade em Rede. Tradução: Roneide Venancio Majer, 14 ed., São Paulo: Paz e Terra, 2011.
DRUCK, Graça e FRANCO, Tânia (orgs.). A perda da razão social do trabalho: terceirização e precarização. São Paulo: Boitempo, 2007.
DUPAS, Gilberto. Economia global e exclusão social: pobreza, emprego, estado e o futuro do capitalismo. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
GUIMARÃES, Nadya Araujo et alli (orgs.). Trabalho flexível. Empregos precários? Uma comparação Brasil, França, Japão. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2009.
HARVEY, David. O Enigma do Capital e as crises do capitalismo. Tradução João Alexandre Peschanski. São Paulo: Boitempo, 2011.
HARVEY, David. Condição pós-moderna. Tradução Adail Ubirajara Sobral e Maria Stela Gonçalves, 5ª ed., São Paulo: Loyola, 1992.
HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. Tradução Marcos Santarrita, 2 ed., São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
MATTOSO, Jorge. A Desordem do trabalho. São Paulo: Scritta, 1995.
PASTORE, José. Relações de Trabalho em Economias Competitivas. In: VELLOSO, João Paulo; RODRIGUES, Leôncio Martins (orgs.). O Futuro do sindicalismo. São Paulo: LTR, 1994.
PASTORE, José. Trabalhar custa caro. São Paulo: LTr, 2007.
PASTORE, José. Flexibilização dos mercados de trabalho e contratação coletiva. São Paulo: LTr, 1994.
PASTORE, José. Encargos sociais: implicações para o emprego, salário e competitividade. São Paulo: LTr, 1997.
Rodrigues, Leôncio Martins. Destino do sindicalismo. São Paulo: Editora da USP: Fapesp, 1999.
RODRIGUES, Iram Jácome (org.). O Novo sindicalismo: vinte anos depois. Petrópolis: Vozes, 1999.
SENNETT, Richard. A Cultura do novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 2008.
SENNETT, Richard. A corrosão do caráter: consequências do trabalho no novo capitalismo. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 1999.
SILVA, Maria Ozanira da Silva e YASBEK, Maria Carmelita (orgs.). Políticas públicas de trabalho e renda no Brasil contemporâneo. São Paulo: Cortez; São Luís, MA: FAPEMA, 2006.
ZARIFIAN, Philippe. O Modelo da competência: trajetória histórica, desafios atuais e propostas. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2003.
CNI – Confederação Nacional da Indústria. Disponível em , acesso em 16 de abril de 2014.
DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. Balanço das Greves em 2012. São Paulo: Estudos e Pesquisas nº 66, Dieese, maio 2013. Disponível em , acesso em 15 de abril de 2014.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pnad- Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, outubro de 2012 Disponível em , acesso em 16 de abril de 2013.
IBGE – Instituto de Geografia e Estatística - Pnad de outubro de 2015 – ibge.gov.br de 2 de outubro de 2015.
IBGE – Instituto de Geografia e Estatística . Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, fevereiro de 2014. Disponível em acesso em 14 de fevereiro de 2014.
SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Mapa do Trabalho Industrial. São Paulo, setembro de 2012. Disponível em www.senaipa.org.br>, acesso em 16 de abril de 2013.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2017 Noêmia Lazzareschi
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Política para Periódicos de Acesso Livre
Os autores mantém o direito autoral sob o artigo publicado e a Revista Aurora detém o direito de primeira publicação. A Revista adota licença Licença Creative Commons Attribution (CC BY) 4.0 International, utilizada internacionalmente pelos principais periódicos e publicadores de acesso aberto. Esta licença permite que terceiros remixem, adaptem e criem a partir do trabalho publicado, atribuindo o devido crédito de autoria e publicação inicial neste periódico. Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (por exemplo: publicar em repositório institucional, em site pessoal, publicar uma tradução ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.