Promessas da cooperação sul-sul
reflexões em torno do relatório “pontes sobre o atlântico”
DOI:
https://doi.org/10.36311/1982-8004.2014.v8n01.4704Palavras-chave:
Cooperação Sul-Sul, Desenvolvimento, África, Relações Internacionais, Cooperação InternacionalResumo
Partindo da concepção de que o desenvolvimento é um 'discurso' ocidental específico, que prega a busca da melhoria da vida social embora esbarre nos imperativos da acumulação capitalista, o presente artigo tem como objetivo realizar uma discussão sobre a noção de 'desenvolvimento' presente nas instituições multilaterais de crédito e financiamento dos programas voltados para promoção do desenvolvimento no eixo Sul- Sul, a partir de algumas reflexões sobre o relatório “Ponte Sobre o Atlântico: Brasil e África Subsaariana, Parceria Sul-Sul para o crescimento”, elaborado pelo IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) em conjunto com o Banco Mundial. O intuito é suscitar reflexões acerca dos limites da chamada Cooperação para o Desenvolvimento Sul-Sul (CSS), problematizando sobre os pressupostos que presidem o tipo de desenvolvimento que é patrocinado por meio destas instituições. Dessa perspectiva busca-se tencionar o discurso da possibilidade da Cooperação Sul-Sul para o desenvolvimento realizar-se regida pela lógica da cooperação horizontal nos marcos de uma política externa solidária, em face da lógica predominante da acumulação capitalista que tende a reproduzir as lógicas anteriores de acumulação e expropriação que marcaram outros modelos de 'cooperação' internacional.
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