As relações econômicas entre Costa do Marfim e França
O governo de Félix Houphouët Boigny e o neocolonialismo (1960-1993)
DOI:
https://doi.org/10.36311/1982-8004.2024.v17.e024005Palavras-chave:
Costa do Marfim, França, Independência, Relações Econômicas, NeocolonialismoResumo
O presente artigo trata das relações econômicas entre a Costa do Marfim e a França, analisando a trajetória econômica do país sob a presidência de Félix Houphouët Boigny (1960-1993). Procuramos abordar o processo de independência, liderado por Boigny, tratando da ação neocolonialista da França por meio do uso do Franco CFA e pela manutenção de bases militares no país, entre outros. Nesse contexto, apresentamos uma retrospectiva da política econômica da Costa do Marfim, voltada para a produção agrícola, principalmente para o binômio café-cacau. Grande parte da produção continuou a ser exportada para a França depois da independência e, após um período de grande crescimento das exportações, na década de 1980 o país entrou em grave crise, devido à manutenção da estrutura econômica de caráter colonial. A crise foi marcada pela queda nos preços dos principais produtos de exportação, pela dívida externa e pela sua moratória. Embora haja um histórico de adoção dos Programas de Ajustamento Estrutural (PAEs) na década de 1980, conduzida pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento - Banco Mundial (BIRD), os efeitos gerais não levaram à superação da crise.
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