As veias abertas
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Palavras-chave

marxismo-aberto
pós-modernidade
John Holloway
Daniel Bensaïd

Como Citar

As veias abertas: acerca do debate em torno de “mudar o mundo sem tomar o poder” de john holloway. Revista Aurora, [S. l.], v. 3, n. 1, p. 90–100, 2009. DOI: 10.36311/1982-8004.2009.v3n1.1223. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/aurora/article/view/1223.. Acesso em: 17 jul. 2024.

Resumo

Parte-se de um contexto do tempo presente que concentra todas as forças produtivas e relações de produção sob a órbita da “mundialização do capital” (CHESNAIS, 1996) e, concomitantemente, um período em que a produção simbólica aproxima-se, cada vez mais, nos círculos de produção e reprodução da mercadoria atendendo a definição de Fredric Jameson (2006) de “lógica cultural” do capitalismo ontemporâneo. Nesse contexto, o destaque do livro Mudar o mundo sem tomar o poder de John Holloway tem ocupado um lugar privilegiado, sendo debatido por muitos pensadores, no interior do marxismo contemporâneo. Nossa hipótese é que a exposição de Holloway seria um exemplo de uma teoria “eclética” alimentando o descompasso entre texto e contexto que, conseqüentemente, vem empobrecer os contextos dos debates teóricos discutidos pelo autor. Almeja-se ilustrar e confrontar algumas insuficiências teóricas e práticas do autor, demonstradas pelo alinhamento dos argumentos de Daniel Bensaïd e Michel Löwy, que vem, além de colocar a pertinência de muitos dos temas de Holloway (por exemplo, a categoria do fetichismo), demonstrar uma fratura (principalmente no âmbito político, histórico e prático) entre texto e contexto que percorre na obra aludida. Procurar-se-á atribuir às características que estruturam a ossatura teórica de Holloway e as possíveis diferenças interpretativas pela ótica dos dois autores assinalados.
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