Da Revolta da Vacina ao povo sem vacina contra a Covid-19

reflexões sobre pandemia, raça e exclusão social.

Autores

  • Alexandre Braga Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG
  • Vitória Régia Izaú Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG

DOI:

https://doi.org/10.36311/10.36311/1982-8004.2021.v14.n2.p73-90

Palavras-chave:

Covid 19, Exclusão social, Pandemia, Periféricos, Povos negros

Resumo

As cidades brasileiras não foram construídas tendo como foco a classe trabalhadora. Ao contrário, a base orientadora das grandes metrópoles fora o olhar eurocêntrico, tendo como mitos organizacionais, cidades como Paris e Washington. Este artigo se inscreve nos marcos analíticos críticos que trazem à memória o inestimável legado do geógrafo MILTON SANTOS (2013), as críticas ao direito à cidade DE HENRI LEFÉBVRE (2020), DAVID HARVEY (2015), e ainda considerando as contribuições de VERA TELLES (2009), EVELINE TREVISAN (2012), e de ADCHILLE MBEMBE (2016), quanto a importância do conceito de Necropolítica que é salutar ao tema, trazendo também algumas observações acerca da corrente sociológica da Escola de Chicago, como contraponto ao seu ideário sobre o que é cidade. Longe de se esgotar o tema, o artigo objetiva contribuir para narrativas negras a respeito do rebatimento da pandemia causada pelo COVID-19, revisitando o passado e conduzindo-nos para esperançar o futuro, com base na resistência e construção de estratégias de aquilombamento, frente aos inúmeros ataques à democracia e aos direitos sociais, especialmente desde o golpe de 2016. Há que se pensar que a exclusão social, territorial, histórica e econômica não são questões estanques e muito menos alijadas de outros debates, na medida em que a grave questão sanitária iniciada em 2020 guarda inúmeras questões que ensejaram a luta pela vacina, num giro histórico que demarca desde à Revolta da Vacina, à luta pela dignidade e respeito às populações trabalhadoras e periféricas. No que viver nas cidades brasileiras, tendo a pele preta, como ocorre com ambos os autores deste artigo, requisita cada dia mais, reflexões sobre o momento presente, formulando questões em conexão ao passado.

Recebido em 24/05/2021
Aceito em 20/09/2021

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Biografia do Autor

Alexandre Braga, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

Membro titular do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (2013-2015), compôs a Comissão de Ações Afirmativas e Inclusão da UFMG, é graduado em Ciências do Estado na Faculdade de Direito Da UFMG e é Presidente da União dos Negros pela Igualdade (UNEGRO/MG)

Vitória Régia Izaú, Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG

Bacharel em Serviço Social pela UERJ, Mestre e Doutora em Educação pela fae/UFMG. É docente efetiva da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), Presidente da Comissão Central de Heteroidentificação da universidade, onde é Coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Educação e Relações Étnico-Raciais (NEPER/CNPQ). Mãe de Gabriela, Isabela e Lucas, cantora, palestrante e pesquisadora

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Publicado

2021-11-11

Edição

Seção

Dossiê