Resumo
Em uma de suas categorias centrais, Gramsci estabelece uma identidade direta entre as politicidades maquiaveliana e marxiana, de sorte que cada um escreve para a classe da vanguarda política de sua época. No entanto, uma crítica mais rigorosa aos escritos marxianos nos revela que o proletariado não é somente a classe progressista de sua época, da maneira que a burguesia fora no iluminismo, como quer Gramsci, mas é, em verdade, a esfera universal e a única capaz de levar a cabo uma emancipação humana total. Doravante, a identidade entre Marx e Maquiavel inexiste na medida em que o primeiro, de magnitude filosófica distinta, concebe o trabalho ontologicamente como atributo central da humanização, apreendendo a política como uma figura transitória superável, enquanto o segundo concebe a política como o ato fundador de toda sociabilidade.Referências
CHASIN, J. Marx: A Determinação Ontonegativa da Politicidade. In ______. Tomo III – Política. Santo André: Ad Hominem, 2000.
CHASIN, J. O Futuro Ausente. A conscientização da nova politicidade: Niccolò Machiavelli. In ______. Tomo III – Política. Santo André: Ad Hominem, 2000 b.
GRAMSCI, Antonio. Maquiavel, a Política e o Estado Moderno. 3ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.
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MARX, Karl. Capítulo II: Glosas Críticas Marginais ao Artigo ‘O Rei da Prússia e a Reforma Social’ De um Prussiano. In Práxis, s.d., mímeo.
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