AS NOÇÕES DE STIMMUNG EM UMA SÉRIE HISTÓRICA
ENTRE DISPOSIÇÃO E ATMOSFERA
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0101-31732016000500005Parole chiave:
Stimmung, Fichte, Kant, Riegl, LukácsAbstract
A relação entre arte e filosofia é examinada com base na noção de Stimmung, que surge no século XVIII, na teoria musical, como relação de proporção entre tons ou instrumentos, sendo, em seguida, transposta para a estética, no final do século, com Kant e Fichte. Em Kant, a Stimmung refere-se à disposição das faculdades de conhecimento para um conhecimento em geral, isto é, como o pressuposto da apresentação estética, por meio da qual se preserva a noção de proporção entre as faculdades. Em Sobre o espírito e a letra na filosofia, Fichte assinala que a disposição estética é o modo de atuar do impulso estético, ligado livremente e diretamente à faculdade da imaginação e à atividade de criação. Essa tradição estética é revista pelo historiador Aloïs Riegl, em 1899, no ensaio intitulado Die Stimmung als Inhalt der moderne Kunst, no qual o conceito de Stimmung é pela primeira vez apresentado em chave histórica, enquanto conteúdo da arte moderna, no sentido de atmosfera, isto é, da vivência de uma relação por meio da qual a consciência, em conformidade com a lei imanente, adquire alguma certeza. Revisão semelhante foi realizada pelo jovem filósofo György Lukács, em A alma e as formas, de 1910, na qual o autor pensa as diferenças de sentido entre as noções de Stimmung e de atmosfera (Atmosphäre).
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