A mobilização política dos marinheiros brasileiros no contexto da Guerra da Coreia (1950-1953)
DOI:
https://doi.org/10.36311/1982-8004.2019.v12esp.08.p63Palavras-chave:
Marinheiros, Esquerda Militar, Guerra da CoreiaResumo
Este trabalho tem como objetivo investigar a mobilização política dos marinheiros da Marinha de Guerra do Brasil que atuaram no contexto da Guerra da Coreia (1950-1953), quando se debatia no país, se o Brasil deveria participar do conflito asiático. Esta abordagem tem como ponto de partida o pós-guerra e o desencadeamento da Guerra Fria, momento em que este confronto ideológico e multifacetado politicamente ganha contornos de um conflito entre capitalismo x comunismo, e que na ocasião esteve próximo de uma guerra nuclear. Se o perigo comunista havia sido a justificativa do presidente Getúlio Vargas para instaurar a ditadura do Estado Novo; na Guerra da Coreia, o inimigo continuava sendo o mesmo, mas agora na península coreana em que se confrontavam militarmente o norte comunista e o sul capitalista. Esta abordagem tem como objetivo central verificar a hipótese de que um grupo de marinheiros de esquerda e muitos deles pertencentes ao Antimil (Setor Militar do PCB) atuaram e desenvolveram sua ação política com a finalidade de impedir que o governo brasileiro enviasse uma força expedicionária para combater na Guerra da Coreia. Em suma, buscaremos entender o processo de luta e mobilização bem como o mecanismo de repressão institucional que se abateu contra os marinheiros na Marinha de Guerra Brasileira, assim como analisar as graves violações aos direitos humanos que lhes foi infligidas como desdobramento de seu posicionamento político da não-participação das Forças Armadas na Guerra da Coreia.
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