REFORMAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À SUBORDINAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS TRABALHADORES
DOI:
https://doi.org/10.36311/2526-1843.2022.v7n10.p64-88Palavras-chave:
Reformas educacionais, Educação de Jovens e Adultos, Ensino Médio, Formação integral humana, Manutenção da subalternidadeResumo
O artigo analisa reformas educacionais da última década, voltadas para a Educação Básica de jovens e adultos das camadas populares. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e documental, focalizando as mudanças no Ensino Médio nos casos dos estados do Rio de Janeiro e de Goiás. Para compreender os sentidos produzidos pelas reformas em curso, foi utilizado o conceito gramsciano de Estado, tendo como ponto de partida o estudo da sociedade civil e dos interesses expressos na atuação dos sujeitos políticos que os propõem e implementam. Partindo da concepção gramsciana de formação integral humana e do papel da escola, foram problematizados os resultados e as implicações das reformas implementadas. Evidenciou-se a presença dos interesses privatistas e mercadológicos, de fundações e institutos ligados ao sistema financeiro, que dão sustentação à proposta de reforma do Ensino Médio. Verificou-se, no Rio de Janeiro, que, à medida que avançou a retração das matrículas no ensino presencial da EJA, ampliou-se e sofisticou-se a participação ativa de modelos educacionais mercantis flexíveis nessa modalidade. Constatou-se, em Goiás, o aprofundamento de uma proposta aligeirada e compensatória, com redução de tempo e de acesso a conhecimentos necessários para a conclusão da Educação Básica. As duas realidades expressam como determinadas reformas educacionais contribuem para a manutenção da subalternidade de jovens e adultos trabalhadores, assim como os excluem do acesso a uma formação integral humana.
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