Sobre o status metafísico das cores
DOI:
https://doi.org/10.1590/0101-3173.2023.v46esp1.p473Palavras-chave:
Qualidade secundária, Qualidade primária, Metafísica, Visão cética do mundo, Dogmatismo, PercepçãoResumo
Neste artigo, pretende-se desenvolver uma concepção sobre as cores como parte de uma visão cética do mundo. Para isso, investiga-se como alguns dos principais céticos, ao longo da história da filosofia, conceberam as cores, seja em relação a outras qualidades sensíveis, seja em relação ao objeto físico. Depois, à luz do debate entre Barry Stroud e John McDowell, descreve-se aquela que parece ser a concepção comum das cores, sustentando-se que o cético não apenas aceita que os objetos são coloridos, mas que ele pode saber qual é a sua cor, por meio da percepção.
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Recebido: 12/09/2022
Aceito: 21/02/2023
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