O problema do sujeito político do feminismo

reflexões a partir de um viés descolonial

Autori

  • Juliana Oliveira Missaggia Universidade Federal de Santa Maria

DOI:

https://doi.org/10.1590/0101-3173.2022.v45esp.15.p293

Parole chiave:

Filosofia feminista, Feminismo descolonial, Essencialismo, Sujeito político

Abstract

Este artigo analisa o problema de determinar o sujeito político do feminismo, uma vez que a categoria “mulher” passa a ser questionada e interpretada de diferentes formas na teoria feminista contemporânea. Após apresentar brevemente as críticas ao essencialismo por parte de autoras bastante influentes do norte global, investigo os argumentos de pensadoras que defendem um viés descolonial. Sustento que a perspectiva descolonial precisa ser levada em consideração no momento de buscar categorias de análise adequadas ao movimento feminista no contexto do sul global, respeitando suas particularidades históricas e sócio-políticas.

Biografia autore

  • Juliana Oliveira Missaggia, Universidade Federal de Santa Maria

    Bacharel (UFRGS), mestre e doutora em Filosofia (PUCRS), professora de Filosofia da Universidade Federal de Santa Maria. 

Riferimenti bibliografici

ANZALDÚA, Gloria; MORAGA, Cherríe (ed.). This bridge called my back: Writings by radical women of color. Albany: Suny, 2015.

BAGAGLI, Beatriz Pagliarini. Discursos transfeministas e feministas radicais: disputas pela significação da mulher no feminismo. 2019. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2019.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Record, 2003.

BUTLER, Judith. Bodies that matter: On the discursive limits of sex. Abingdon: Taylor & Francis, 2011.

CARNEIRO, Sueli. Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. Racismos contemporâneos. Rio de Janeiro, v. 49, p. 49-58, 2003.

CASTRO, Susana de. O compromisso feminista com a luta decolonial antirracista. Ekstasis: Revista de Hermenêutica e Fenomenologia, v. 8, n. 2, p. 63-71, 2019.

SOUSA, Ematuir Teles de. Tensões sobre o sujeito do feminismo no contemporâneo: mulheres trans e o transfeminismo no discurso do feminismo radical. 2017. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2017.

FACCHINI, Regina; CARMO, Íris Nery do; LIMA, Stephanie Pereira. Movimentos feminista, negro e lgbti no brasil: sujeitos, teias e enquadramentos. Educação & Sociedade, v. 41, p. 01-22, 2020.

FONTES, Virgínia. A incorporação subalterna brasileira ao capital-imperialismo. Revista Crítica Marxista, Campinas, v. 36, p. 103-113, 2013.

HEYES, Cressida J. Line drawings: Defining women through feminist practice. Ithaca: Cornell University Press, 2000.

HOOKS, Bell. Ain't I a woman: Black women and feminism, v. 3. Boston: South End, 1981.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa por Amostra de Domicílios 2015 – PNAD. Disponível em: https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2015/default_brasil.shtm. Acesso em: 25 ago. 2020.

JARDINE, Alice. Gynesis: Figurations of Woman and Modernity. Ithaca: Cornell University Press, 1988.

LABA, Vanessa Vazquez. Las contribuciones del feminismo poscolonial a los estudios de género: interseccionalidad, racismo y mujeres subalternas. Revista Perfiles de la cultura cubana, Habana, p. 1-20, 2008.

LAURETIS, Teresa de. Technologies of Gender: Essays on Theory, Film, and Fiction. Bloomington: Indiana University Press, 1987.

LORDE, Audre. Age, race, class, and sex: Women redefining difference. Cultural Politics, v. 11, p. 374-380, 1997.

LORDE, Audre. Sister outsider: Essays and speeches. New York: Crossing, 2012.

MALUF, Sônia Weidner. Os dossiês da REF: além das fronteiras entre academia e militância. Revista Estudos Feministas, v. 12, spe., p. 235-243, 2004.

MARGUTTI, Paulo. Filosofia Brasileira e Pensamento Descolonial. Sapere Aude, v. 9, n. 18, p. 223-239, 2018.

MARIANO, Silvana Aparecida. The subject of feminism and post-structuralism. Revista Estudos Feministas, v. 13, n. 3, p. 483-505, 2005a.

MARIANO, Silvana Aparecida. Igualdade e diferenças nas teorias feministas. In: Simpósio Nacional de História, XXIII., 2005, Londrina. Anais […]. Londrina: ANPUH, 2005b, p. 1-12.

MORAGA, Cherríe. Esta puente, mi espalda: voces de mujeres tercermundistas en los San Francisco: ISM, 1988.

MARTÍN ALCOFF, LINDA. Cultural Feminism Versus Post-Structuralism: The Identity Crisis in Feminist Theory. Signs, v. 13 (3): 405-436, 1988.

QUIJANO, Anibal. Colonialidad, modernidad/racialidad. Perú Indígena, v. 13, n. 29, p. 11-29, 1991.

RIBEIRO, Letícia; O'DWYER; Brena; HEILBORN Maria Luiza. Dilemas do feminismo e a possibilidade de radicalização da democracia em meio às diferenças O caso da Marcha das Vadias do Rio de Janeiro. Civitas - Revista de Ciências Sociais, v. 18, p. 83-99, 2018.

RUBIN, Gayle. The traffic in women: Notes on the “political economy” of sex. In: REITER, Rayna R. (ed.). Toward an anthropology of women. , v. ew York, London: Monthly Review, 1975. p. 157-210.

SCOTT, Joan W. Gender: a useful category of historical analysis. The American historical review, v. 91, n. 5, p. 1053-1075, 1986.

SECOMB, Linnell. Beauvoir's minoritarian philosophy. Hypatia, v, 14, n. 4, p. 96-113, 1999.

SPIVAK, Gayatri C. The Spivak Reader. Edited by Donna Landry & Gerald MacLean. New York: Routledge, 1996.

SPIVAK, Gayatri; BUTLER, Judith. Who sings the nation-state?: Language, politics, belonging. New York: Seagull Books, 2007.

TRUTH, Sojourner. E não sou uma mulher? Portal Geledés, 2014. Disponível em: https://www.geledes.org.br/e-nao-sou-uma-mulher-sojourner-truth/. Acesso em: 22 ago. 2020.

Recebido: 31/8/2020 - Aceito: 11/01/2021

Pubblicato

2022-01-06 — Aggiornato il 2022-06-23

Come citare

O problema do sujeito político do feminismo: reflexões a partir de um viés descolonial. (2022). TRANS/FORM/AÇÃO:/Revista/De/Filosofia, 45(Special Issue 2), 293-310. https://doi.org/10.1590/0101-3173.2022.v45esp.15.p293