Entre Honneth e Hegel
da liberdade à eticidade em "O direito da liberdade"
DOI:
https://doi.org/10.1590/0101-3173.2020.v43n2.12.p215Palabras clave:
Liberdade, Instituições, Corporação, Bildung, EticidadeResumen
O presente trabalho tem por objeto o retorno a Hegel proposto por Axel Honneth, em O direito da liberdade. Ante as concepções de liberdade negativa e reflexiva – segundo ele, “conceitos de liberdade individual que não levam adequadamente em conta a sua dependência em relação à mediação objetiva” –, Honneth se preocupa em oferecer uma compreensão alternativa, mais larga, de liberdade, que ele nomeia, atribuindo-a diretamente a Hegel, de liberdade social. Tal liberdade, ao contrário da liberdade meramente jurídica ou moral, permitiria que se leve em conta o papel exercido pelas instituições e práticas normativas para a sua realização, reconhecendo-as como sua própria condição. Entretanto, apesar da valorização que é feita assim por Honneth às instituições, o autor é criticado por apresentar uma concepção das mesmas que seria demasiado unilateral. O mesmo ocorre com sua definição de “liberdade social”, a qual remeteria, segundo os críticos, a uma liberdade meramente individual, aquém da significação que lhe seria dada por Hegel. A análise da tese hegeliana acerca de uma eticidade imanente à esfera do mercado e às suas práticas, adotada também por Honneth, nos possibilitará avaliar não só os aspectos que os aproximam ou os separam, mas também a pertinência das críticas dirigidas a Honneth.
Recebido: 11/10/2018
Aceito: 29/11/2018
Descargas
Referencias
ARNDT, Andreas. Geschichte und Freiheitsbewusstsein. Berlin: Eule der Minerva 2015.
BOER, Karin de: Kampf oder Anerkennung? Einige kritische Überlegungen zu Honneths Lektüre der Hegelschen Rechtsphilosophie”. In: HETZEL, Andreas; QUADFLIEG, Dirk; SALAVERRÍA, Heidi (Hg.), Alterität und Anerkennung. Berlin: Nomos, p. 161-177, 2011.
CAMPELLO, Filipe. Do reconhecimento à liberdade social: sobre 'O direito da liberdade' de Axel Honneth (Resenha). Cadernos de Ética e Filosofia Política, n. 23, 2013, p. 185-199.
DAHME, Heinz-Jürgen; WOHLFAHRT, Norbert. Ungleich Gerecht? Kritik moderner Gerechtigkeitsdiskurse und ihrer theoretischen Grundlagen. Hamburg: VSA, 2012.
ELLMERS, Sven. Freiheit und Wirtschaft. Theorie der bürgerlichen Gesellschaft nach Hegel. Bielefeld: transcript, 2015.
FRANZ, Günther (Hg.): Staatsverfassungen. Eine Sammlung wichtiger Verfassungen der Vergangenheit und Gegenwart in Urtext und Übersetzung. München: R. Oldenbourg, 1964.
HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Naturrecht und Staatswissenschaft im Grundrisse. Grundlinien der Philosophie des Rechts. In: Ders.: Gesammelte Werke, Bd. 14,1, hg. v. Klaus Grotsch u. Elisabeth Weisser-Lohmann. Hamburg: Meiner, 2009.
HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Grundlinien der Philosophie des Rechts oder Naturrecht und Staatswissenschaft im Grundrisse. In: Ders.: Werke, Bd. 7, mit Hegels eigenhändigen Notizen und den mündlichen Zusätzen auf der Grundlage der Werke von 1832-1845 neu edierte Ausgabe. Redaktion Eva Moldenhauer u. Karl Markus Michel. Frankfurt a. M.: Suhrkamp, 1970 (Erstauflage 1968).
HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Linhas fundamentais da filosofia do direito ou direito natural e ciência do Estado em compêndio. Trad. de Paulo Meneses, Agemir Bavaresco, Alfredo Morais, Danilo Vaz-Curado R.M. Costa, Greice Ane Barbieri e Paulo Roberto Konzen. São Leopoldo: Ed. Unisinos, 2010.
HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. A razão na história. Introdução à filosofia da história universal. Trad. Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 1995.
HERZOG, Lisa. Two Ways of Taming the Market. Why Hegel Needs the Police and the Corporations”. In: BUCHWALTER, Andrew (Hg.), Hegel and Capitalism. Albany: State University of New York Press, p. 147-162, 2015.
HONNETH, Axel. O direito da liberdade. Trad. Saulo Krieger. São Paulo: Martins Fontes, 2015.
HONNETH, Axel. Das Recht der Freiheit. Grundriß einer demokratischen Sittlichkeit. 3. Aufl. Berlin: Suhrkamp, 2017 (Erstauflage 2011).
HONNETH, Axel. Leiden an Unbestikmmtheit. Eine Reaktualisierung der Hegelschen Rechtsphilosophie. Stuttgart: Reclam Verlag, 2001.
HONNETH, Axel. Sofrimento de indeterminação: uma reatualização da filosofia do direito de Hegel. Trad. de Rúrion Soares Melo. São Paulo: Editora Singular/Esfera Pública, 2007.
JAESCHKE, Walter. Hegel-Handbuch. Leben – Werk – Wirkung. Stuttgart: J. B. Metzler, 2003.
KERVÉGAN, Jean-François. L'effectif et le rationnel. Hegel et l'esprit objectif. Paris: Vrin, 2007.
KLOTZ, Christian. Manifestação e liberdade em Hegel. Veritas, Porto Alegre, v. 62, n. 1, jan.-abr., p. 116-129, 2017.
KUCH, Hannes. Die Sozialisierung des Marktes. Soziale Freiheit und Assoziationen bei Axel Honneth. In: ELLMERS, Sven; HERRMANN, Steffen (Orgs.). Korporation und Sittlichkeit: zur Aktualität von Hegel Theorie der bürgerlichen Gesellschaft. Paderborn: Wilhelm Fink, 2017, p. 177-204.
MÜLLER, Friedrich. Korporation und Assoziation: Eine Problemgeschichte der Vereinigungsfreiheit im deutschen Vormärz. Berlin: Duncker & Humblot, 1965.
PEPERZAK, Adriaan Th. Hegels Pflichten- und Tugendlehre. Eine Analyse und Interpretation der Grundlinien der Philosophie des Rechts, §§ 142-156”. In: SIEP, Ludwig (Hg.), G.W.F. Hegel: Grundlinien der Philosophie des Rechts. Berlin: Akademie Verlag, p. 167-191, 2014.
RUDA, Frank. Hegels Pöbel. Eine Untersuchung der 'Grundlinien der Philosophie des Rechts'. Konstaz: Konstanz University Press, 2011.
SAFATLE, Vladimir. A forma institucional da negação: Hegel, liberdade e os fundamentos do Estado moderno. Kriterion, n. 125, Jun, p. 149-178, 2012.
SIEP, Ludwig; TAKESHIMA, Ayumi; TAKESHIMA, Nao; KARAKUS, Attila. Gutes und gelingendes Leben. Honneth über Anerkennung und Sittlichkeit. In: HALBIG, Christoph; QUANTE, Michael (Hg.). Axel Honneth: Sozialphilosophie zwischen Kritik und Anerkennung. Münster: LIT, 2004, p. 61-65.
TIDRE, Polyana. Individuum und Sittlichkeit. Die Beziehung zwischen Allgemeinheit und Besonderheit in Hegels Grundlinien der Philosophie des Rechts. Berlim: Wissenschaftlicher Verlag Berlim, 2018.
Recebido: 11/10/2018 - Aceito: 29/11/2018
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2020 TRANS/FORM/AÇÃO: REVISTA DE FILOSOFIA
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Este es un artículo de acceso abierto publicado bajo una licencia Creative Commons.