Morte impune, luto proibido
Vida nua e vida precária em Giorgio Agamben e Judith Butler
DOI:
https://doi.org/10.1590/0101-3173.2020.v43n3.25.p339Palavras-chave:
Agamben, Butler, Vida nua, Vida precária, VulnerabilidadeResumo
Giorgio Agamben tece a genealogia da “vida nua”, no percurso que vai do homo sacer ao Muselmann, do primeiro paradigma da política ocidental à fabricação do morto-vivo em Auschwitz, como vida insacrificável e impunemente matável. Judith Butler segue argumento semelhante ao desenvolver o conceito de “vida precária”, com o qual problematiza a seperação entre vulnerabilidade universal e formas de produção da precariedade, a distinção entre vidas cujas perdas importam e as indignas de pranto e luto. A finalidade deste artigo consiste em aproximar as concepções dos dois autores, sob a hipótese de que em ambos trata-se da fabricação de vidas matáveis, sobre as quais pesa a proibição do luto.
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Referências
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Recebido: 10/08/2019 - Aceito: 24/02/2020
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