Michel Houellebecq contra Michael Foucault
representações contemporâneas do Islã político na França
DOI:
https://doi.org/10.1590/0101-3173.2020.v43n4.08.p147Palavras-chave:
Filosofia Política, Literatura decadentista, Orientalismo francês, Michel Foucault, Michel HouellebecqResumo
Nas entrevistas e artigos jornalísticos de Michel Foucault sobre a Revolução Iraniana, escritos do final de 1978 até meados de 1979, e no romance de antecipação política Submissão (2015),
de Michel Houellebecq, ambos os autores parecem oferecer representações positivas do Islã político. Neste artigo, argumentamos que essa interpretação repousa sobre um duplo equívoco: embora Foucault não tenha cunhado a noção de espiritualidade política como alternativa para a crise dos sistemas políticos liberal e marxista, conforme seus críticos erroneamente o acusaram, mas como um conceito capaz de descrever as aspirações dos iranianos testemunhadas em suas viagens ao país, Houellebecq retomou, em Submissão, essa suposta representação positiva do Islã político pelo principal teórico da French Theory, com vistas a apresentar, ironicamente, a islamização como a solução para a crise econômica e sexual enfrentada pela sociedade francesa contemporânea e, assim, denunciar os herdeiros dessa representação como colaboracionistas.
Downloads
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.