Elementos básicos da teoria da individuação de Gilbert Simondon
DOI:
https://doi.org/10.1590/0101-3173.2021.v44n2.05.p63Palavras-chave:
Indivíduo, Individuação, Informação, Transdução, SimondonResumo
No presente artigo, será feita uma análise geral do modo como o problema da formação do indivíduo é tratado, na teoria da individuação de Gilbert Simondon. O filósofo constata que tanto o atomismo quanto o esquema hilemórfico postulam cada qual um princípio específico que sustenta o processo de individuação: tem-se, pois, um monismo substancialista, no primeiro caso, enquanto, no segundo, um esquema dualista constituinte (matéria/forma). São justamente tais concepções que fazem com que essas escolas se tornem alvo das críticas mais incisivas de Simondon. Para ele, se, ao contrário, a hecceidade do indivíduo não estiver mais vinculada nem ao átomo, nem ao par hilemórfico, então não se terá mais a necessidade de invocar um princípio absoluto de individuação. Abrir-se-á, em vez disso, um caminho para se considerar como primordial, na investigação filosófica, a descrição da operação a partir da qual o indivíduo vem a constituir-se. Assumindo, pois, tal ideia como ponto
de partida, Simondon desenvolve e oferece, conforme se mostrará, uma concepção de individuação profundamente original e instigante, capaz de inspirar novas maneiras de se abordar o tema.
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Recebido: 18/2/2019 - Aceito: 23/2/2020
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