A antropologia pragmática como uma doutrina da prudência nas versões dos cursos de antropologia de Kant
DOI:
https://doi.org/10.1590/0101-3173.2020.v43n2.05.p77Palavras-chave:
Antropologia pragmática, Doutrina da prudência, Moral aplicada, Ética impura, Baumgarten.Resumo
O objetivo deste artigo é evidenciar que a ideia de antropologia pragmática desenvolvida nas versões dos cursos de antropologia, que são Collegentwürfe, Menschenkunde e Anthropologie Dohna-Wundlackende, se ocupa de uma definição moral, porque ela está subordinada à doutrina da prudência. Essa é compreendida como a capacidade de os seres humanos influenciarem uns aos outros, segundo certos fins, os quais deverão ser úteis na vida em sociedade. Além disso, delimita-se que o sentido do adjetivo “pragmático”, presente nessas versões dos cursos de antropologia, foi retirado da obra Initia Philosophiae practicae prima, de Baumgarten, pois, nas anotações de Kant acerca dessa obra, os motivos pragmáticos sempre determinarão leis privadas do arbítrio, as quais poderão, a priori, representar um interesse moral e, a posteriori, a realização de um fim almejado pelo ser racional finito. Por essa razão, defende-se haver nas obras kantianas citadas uma sinonímia entre a noção de antropologia pragmática e de doutrina da prudência.
Recebido: 14/3/2018
Aceito: 23/10/2019
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Recebido: 14/3/2018 - Aceito: 23/10/2019
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