O conceito de era axial: raízes, desenvolvimento e atualidade
DOI:
https://doi.org/10.1590/0101-3173.2024.v47.n6.e02400293Palavras-chave:
Era axial, Karl Jaspers, Modernidades Múltiplas, Multiculturalismo, CosmopolitismoResumo
O artigo realiza um mapeamento histórico, epistemológico e crítico das raízes, consolidação e retomada do conceito de era axial, com destaque para seu momento de solidificação, com o livro Origem e meta da história, de Karl Jaspers (1949). A partir da análise das características epistemológicas de cada uma dessas etapas, demonstram-se os elementos de continuidade, assim como os que se modificam, na compreensão daquilo que é a era axial. Enquanto, nas duas primeiras fases (histórica e filosófica), havia uma maior ênfase na simultaneidade e na igualdade entre civilizações, seu deslocamento para o campo da sociologia (fase 3), implicou maior relevo para a diversidade de civilizações. Destaca-se que, na fase atual, diferente das etapas anteriores, o conceito se desloca da análise das civilizações pré-modernas para a análise da civilização moderna como um tipo de era axial. Apesar disso, entende-se que existe uma base comum presente em todas as fases da discussão. A investigação conclui que, a despeito de certas leituras evolucionistas aqui criticadas, a utilização do conceito de era axial, seja em chave histórico-filosófica, seja em chave sociológica, contém pressupostos cosmopolitas e plurais e, como tal, continua a ser um importante recurso analítico para a compreensão da complexidade e diversidade cultural das civilizações do passado e do presente.
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Submissão: 22/06/2024 – Decisão: 26/08/2024 - Revisão: 10/09/2024 – Publicação: 15/10/2024
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