Os Ensaios de Michel de Montaigne como exercícios do juízo
DOI:
https://doi.org/10.1590/0101-3173.2024.v47.n6.e02400242Palavras-chave:
Montaigne, Juízo, Ensaios, Filosofia ModernaResumo
O presente texto pretende tratar do conceito de juízo (jugement) nos Ensaios de Michel de Montaigne e mostrar como esse conceito – que pode indicar um ato, uma faculdade, uma qualidade, em suma, a sede da vida intelectual, moral e psicológica – se torna central, não apenas no pensamento montaigniano, mas também na história da filosofia posterior. Para isso, o texto se inicia com uma investigação do próprio conceito de juízo, a partir de suas raízes gregas na lógica estoica de Crísipo, como ele foi apropriado pela filosofia aristotélica e medieval, e, posteriormente, como Montaigne reformula seu significado, expandindo-o e introduzindo-o na filosofia moderna, modificando radicalmente o próprio pressuposto do ato humano de filosofar. Em última instância, o texto busca responder à pergunta: o que significa juízo, nos Ensaios, e qual é a sua importância para a filosofia moderna?
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Recebido: 07/05/2024 – Aprovado: 20/06/2024 – Publicado: 12/08/2024
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