A erótica do jovem Hegel

Autores

  • Fabiano de Lemos Britto UERJ

Palavras-chave:

Hegel, Erotismo, Filosofia da religião

Resumo

Embora o lugar que se privilegiou, na análise do papel do desejo na autoconsciência em Hegel, seja a Fenomenologia do Espírito, ao se deslocar para os textos de juventude, em especial os fragmentos teológicos escritos entre 1794 e 1798, foi encontrada uma série de tensões entre desejo, positividade e totalidade que informam sobre os impasses que o sistema hegeliano teve de enfrentar, para se constituir. Esse enfrentamento, olhado do ponto de vista da ênfase na mesmidade – e não como pretendem os comentadores que se fundamentam na Fenomenologia, na alteridade –, se constitui como um empreendimento não apenas de autoformação, mas de autofruição erótica. O artigo propõe, através de um detalhamento daquilo que, em Hegel, levaria a Freud, uma investigação sobre os sentidos do sofrimento desejante na pré-história da filosofia especulativa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fabiano de Lemos Britto, UERJ

Professor da Graduação e da Pós-Graduação em Filosofia na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ – Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3837-9776.

Referências

ARISTOTLE. Generation of Animals. Greek and English, translated by. A. Peck, Loeb Classical Library. Cambridge: Harvard University Press, 1943.

BATAILLE, G. Oeuvres complètes. Tome V. La somme athéologique I. Paris: Gallimard, 1973.

BEHLER, E. Friedrich Schlegel und Hegel. Hegel-Studien, Bd. 2, 1963.

BUTLER, J. Subjects of Desire. Hegelian Reflections in Twentieth-Century. France, New York: Columbia University Press, 2012.

COMAY, R. Resistance and Repetition: Freud and Hegel. Research in Phenomenology, n. 45, 2015.

DEAN-JONES, L. Menstrual Bleeding according to the Hippocratics and Aristotle. Transactions of the American Philological Association, v. 119, 1989.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. L’anti-Oedipe. Capitalisme et schizophrénie I. Paris: Minuit, 1972.

DERRIDA, J. De l’économie retreinte à l’économie génerale. Un hégelianisme sans réserve” In: DERRIDA, J. L’écriture et la différence, Paris: Seuil, 1967

FREUD, S. Hemmung, Symptom, Angst. In: FREUD, s. Gesammelte Werke, Bd. XIV, London: Imago, 1955.

FREUD, S. Jenseits des Lustprinzips. In: FREUD, S. Gesammelte Werke, Bd. XIII, 5. Auflage, Frankfurt am Main: Fischer, 1967.

GORVIN, J. Begehren und Ökonomie. Eine sozialphilosophische Studie, Berlin: de Gruyter, 2020.

GOUIN, J.-L. Aimer Penser Mourir. Nietzsche, Hegel, Freud in Speculīs. Hegel-Jahrbuch, Bd. 18, 2012.

HAMACHER, W. “Pleroma” – zu Genesis und Struktur einer dialektischen Hermeneutik bei Hegel. In: HEGEL, G. W. F. von. Der Geist des Christentums. Schriften 1796-1800, herausgegeben von Werner Hamacher, Frankfurt am Main/ Berlin/Wien: Ullstein, 1978.

HEGEL, G. W. F. von. Hegels theologische Jugendschriften, herausgegeben von Herman Nohl. Tübingen: J. C. B. Mohr, 1907.

HEGEL, G. W. F. von. Briefe von und an Hegel, herausgegeben von Johannes Hoffmeister, 4 Bde. Hamburg: Felix Meiner, 1952.

HEGEL, G. W. F. von. Der junge Hegel in Stuttgart. Aufsäztze und Tagebuchzeichnungen 1785-1788, herausgegebn von Friedhelm Nicolin. Marbach: Deutsches Literaturarchiv, 1970.

HEGEL, G. W. F. von. Werke in zwanzig Bänden. Frankfurt: Suhrkamp, 1971.

HERCEG, M. Le jeune Hegel et la naissance de la Réconciliation moderne: Essai sur le Fragmnt de Tübingen (1792-1793). Les Études philosophiques, n. 3, 2004.

HYPPOLITE, J. Logique et existence. Essai sur la logique de Hegel, Paris: PUF, 1953.

JARRY, A., Le surmâle, Paris :Mille et une nuits, 1996.

KOJÈVE, A. Introduction à la lecture de Hegel, Paris: Gallimard, 1947.

LUKÁCS, G. O jovem Hegel e os problemas da sociedade capitalista. Tradução de Nélio Schneider, São Paulo: Boitempo, 2018.

REID, J. La jeune fille et la mort: Hegel et le désir érotique. Laval théologique et philosophique, v. 61, n. 2, 2005.

RIPALDA, J. M. Introduccion. HEGEL, G. W. F. Escritos de juventud. Mexico/Madrid/Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 1978.

RÓSZA, E. Die Versöhnung als Kunstphilosophisches Problem bei Hegel. Hegel-Jahrbuch, Bd. 1, 1999.

SAFATLE, V. O amor é mais frio que a morte: negatividade, infinitude e indeterminação na teoria hegeliana do desejo. Kriterion, n. 117, 2008.

Recebido: 29/09/2022 - Aceito: 15/02/2023 - Publicado: 10/10/2023

Publicado

10-10-2023

Como Citar

Britto, F. de L. (2023). A erótica do jovem Hegel. TRANS/FORM/AÇÃO: Revista De Filosofia Da Unesp, 47(1), e0240006. Recuperado de https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/13792

Edição

Seção

Artigos