A erótica do jovem Hegel
DOI:
https://doi.org/10.1590/0101-3173.2024.v47.n1.e0240006Palavras-chave:
Hegel, Erotismo, Filosofia da religiãoResumo
Embora o lugar que se privilegiou, na análise do papel do desejo na autoconsciência em Hegel, seja a Fenomenologia do Espírito, ao se deslocar para os textos de juventude, em especial os fragmentos teológicos escritos entre 1794 e 1798, foi encontrada uma série de tensões entre desejo, positividade e totalidade que informam sobre os impasses que o sistema hegeliano teve de enfrentar, para se constituir. Esse enfrentamento, olhado do ponto de vista da ênfase na mesmidade – e não como pretendem os comentadores que se fundamentam na Fenomenologia, na alteridade –, se constitui como um empreendimento não apenas de autoformação, mas de autofruição erótica. O artigo propõe, através de um detalhamento daquilo que, em Hegel, levaria a Freud, uma investigação sobre os sentidos do sofrimento desejante na pré-história da filosofia especulativa.
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Recebido: 29/09/2022 - Aceito: 15/02/2023 - Publicado: 10/10/2023
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