A teoria da substância no ensaio sobre o entendimento humano, de John Locke
DOI:
https://doi.org/10.1590/0101-3173.2023.v46n2.p35Palavras-chave:
História da Filosofia, Substância, Ideia, John LockeResumo
Neste artigo, pretende-se oferecer uma interpretação sobre a explicação da origem da ideia (relativa) de substância pura em geral, na filosofia de John Locke, a partir da noção de “sugestão natural” de Thomas Reid. Para tal, após contextualizar a noção de substância pura em geral para Locke e distingui-la da ideia de substância particular (seção 1), explicita-se que as suas palavras sobre a fonte (empírica ou racional) da ideia da segunda na mente são ambíguas e inconclusivas (seção 2). Depois, argumenta-se que os paralelos entre essa ideia e a de “relação”, assim como a de “poder”, não auxiliam nessa resposta, devido a alguns problemas que neles se identificam (seção 3). Finalmente, argumenta-se que a explicação reidiana para a origem da ideia de “mente”, com base na noção de “sugestão natural”, permite i) contornar aqueles problemas e, ii) na medida em que, de acordo com essa proposta, a ideia de substância pura em geral teria uma origem empírica, o empirismo lockiano se manteria intacto (seção 4).
Downloads
Referências
AARON, R. John Locke: Second Edition. Oxford: Claredon Press, 1955.
ARMSTRONG, D. Universals: An Opinionated Introduction. Boulder: Westview Press, 1989.
ATHERTON, M. Knowledge of Substance and Knowledge of Science in Locke’s Essay. History of Philosophy Quarterly, v. I, n. 4, p. 413-428, 1984.
AYER, M. R. The Ideas of Power and Substance in Locke’s Philosophy. The Philosophical Quarterly, v. XXV, n. 98, p. 01-27, 1975.
BENNETT, J. Locke, Berkeley, Hume. Oxford, Clarendon Press Oxford, 1971.
BERKELEY. G. Tratado sobre os princípios do conhecimento humano. Tradução: Antônio Sérgio. São Paulo: Abril, 1973 (Coleção Os Pensadores, v. XXIII).
BOLTON, M.). Substances, Substrata, and Names of Substances in Locke’s Essay. The Philosophical Review, v. LXXXV, n. 4, p. 488-513, 1976.
BROWN, S. Locke as Secret ‘Spinozist’: The Perspective of William Carroll. In: VAN BUNGE, W.; KLEVER, W. (ed.). Disguised and Overt Spinozism around 1700. Leiden/New York/Koln: E. J. Brill, 1996. p. 213-234.
CAREY, D. John Locke, Edward Stillingfleet and the Quarrel over Consensus. Paragraph, v. XL, n. 1, p. 61-80, 2017.
FLAGE, D. Locke’s Relative Ideas. Theoria, v. XLVII, n. 3, p. 142-159, 1981.
FORRAI, G. Locke on Substance in General. Locke Studies, v. X, p. 27-60, 2010.
HUME, D. Tratado da natureza humana. Tradução: Déborah Danowski. São Paulo: Editora UNESP, 2001.
JOLLEY, N. Locke’s Touchy Subjects: Materialism and Immortality. Oxford: Oxford University Press, 2015.
KIM, H. Locke’s Ideas of Mind and Body. New York/London: Routledge, 2019.
LOCKE, J. An Essay concerning Human Understanding. Peter H. Nidditich (Editor). Oxford: Clarendon Press, 1999.
LOCKE, J. Ensaio sobre o Entendimento Humano. Tradução: Eduardo Abranches Soveral. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1999.
LOWE, E. J. Locke. Oxford and New York: Routledge, 2005.
LUEHRS, R. The Problematical Compromise: The Early Deism of Anthony Collins. Studies in Eighteenth-Century Culture, v. VI, p. 59-77, 1977.
MABBOTT, J. D. John Locke. London e Basingstoke: Macmillan Education, 1973.
McCANN, E. Locke’s Theory of Substance Under Attack! In: Philosophical Studies, v. CVI, p. 87-105, 2001.
MILLICAN, P. Locke on Substance and Our Ideas of Substances. In: Locke and Leibniz on Substance. LODGE, P.; STONEHAM, T. (ed.). New York, London: Routledge, 2015. p. 08-27.
REID, T. Inquiry into the Human Mind on the Principles of Common Sense. Derek Brookes (editor). Edinburgh: Edinburgh University Press, 1997.
SIDER, T. Bare Particulars. Philosophical Perspectives, v. XX, p. 387-397, 2006.
SPELLMAN, W. M. John Locke. New York: Macmillan Education, 1997.
STUART, M. The correspondence with Stillingfleet. In: STUART, M. (ed.). A Companion to Locke. Malden/Oxford/West Sussex: Wiley-Blackwell, 2016. p. 354-370.
YOLTON, J. John Locke and the Way of Ideas. Oxford: The Claredon Press, 1968.
YOLTON, J. Locke and the Compass of Human Understanding: A Selective Commentary on the ‘Essay’. New York: Cambridge University Press, 2010.
Recebido: 10/07/2022
Aceito: 09/10/2022
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Este é um artigo publicado em acesso aberto sob uma licença Creative Commons.