Reconstruindo a Era Secular em Charles Taylor

Autores

  • Juliano Cordeiro da Costa Oliveira Universidade Federal da Paraíba

DOI:

https://doi.org/10.1590/0101-3173.2022.v45n3.p89

Palavras-chave:

Charles Taylor, Era Secular, Religião, Habermas, Nancy Fraser

Resumo

Este artigo discute como Charles Taylor reconstrói a era secular. A tese de Taylor é que a era secular não pode estar restrita à ideia da saída da religião do espaço público (secularidade 1), nem apenas pode significar a diminuição de crenças e práticas religiosas (secularidade 2). Taylor propõe uma nova leitura da era secular (secularidade 3), segundo a qual o pluralismo de crentes e não crentes seria a melhor descrição para um mundo que se seculariza, mas que, ao mesmo tempo, as doutrinas de fé ainda continuam influenciado o modo de vida das pessoas. Taylor enfatiza que a religião ainda se relaciona com a formação das diversas identidades, à medida que exerce, ao mesmo tempo, uma perspectiva de reconhecimento dos sujeitos, mesmo em sociedades modernas. Na parte final do artigo, são discutidas críticas à filosofia de Taylor, a partir das propostas teóricas de Jürgen Habermas e Nancy Fraser. A metodologia consistiu em análises das obras de Taylor (principalmente Uma Era Secular, como obra-chave deste artigo), bem como de seus intérpretes e estudiosos.

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Biografia do Autor

  • Juliano Cordeiro da Costa Oliveira, Universidade Federal da Paraíba

    Professor Adjunto de Filosofia na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, PB – Brasil. https://orcid.org/0000-0002-0844-6731.

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Publicado

07-07-2022 — Atualizado em 07-07-2022

Edição

Seção

Artigos e Comentários

Como Citar

OLIVEIRA, Juliano Cordeiro da Costa. Reconstruindo a Era Secular em Charles Taylor. Trans/Form/Ação, Marília, SP, v. 45, n. 3, p. 89–104, 2022. DOI: 10.1590/0101-3173.2022.v45n3.p89. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/12465.. Acesso em: 3 dez. 2024.