Dossiê Temático: Crise do capital, nações e territórios conflagrados - luta pela terra, guerras, genocídios e migrações
Na 12ª edição da Revista Fim do Mundo almejamos, por meio de uma perspectiva analítica e, sobretudo, crítica abordar os problemas decorrentes da expansão do capital em sua fase de crise estrutural. A partir da ideia de apontamento para o fimdo mundo, destacamos a permanente disputa por territórios como elemento substancial da expansão do capital e, por sua vez, da barbárie contra diferentes povos. Além da dimensão da nação, queremos também abordar a questão dos territórios, cuja concepção, espaços definidos e delimitados por relações de poder, em nossa abordagem ultrapassa o sentido físico.
Por território em disputa está posta a problemática desde o âmbito da produção, das formas de apropriação da terra, da natureza, do trabalho e também da subjetividade humana. Pensando a partir de uma abordagem contra hegemônica, compreendemos as singularidades das sociedades da periferia do capital, submetidas há séculos a processos colonizadores, de apropriação forçada tanto do seu território quanto da vida de seus povos.
A terra, entre outros, possui uma peculiaridade no sistema capitalista por constituir-se em uma fonte de renda a seu proprietário, e, portanto, uma mercadoria muito interessante ao capital. Igualmente como meio de produção, ela é marca de luta e violência, além do que é palco de organização social, e, por isso, também está na ordem do dia ampliar o debate sobre a produção coletiva. Nesse cenário, as tensões no campo, nas florestas e também nas periferias das metrópoles do capitalismo em geral ficam cada vez mais latentes, expressas em guerras e conflitos entre a força hegemônica destrutiva do capital e a resistência dos povos originários e tradicionais e seu conhecimento ancestral, em meio ao colapso climático em curso, a exploração acelerada de diferentes recursos naturais e a transformação voraz da natureza, reduzida à condição de commodities.
Esta expansão orientada pelo capital financeiro internacional determina a marcha da devastação, esfacelando organizações sociais, fomentando a miserabilização e a exploração do homem e da natureza, avançando sobre diversos territórios e espaços, sobre diversos povos e corpos, fomentando e mantendo guerras regionais que colocam a humanidade à beira do holocausto nuclear, além de provocarem deslocamento de povos e migrações massivas que alimentam a ascensão mundial da ultradireita e do fascismo.
Nesta edição, convidamos pesquisadores, acadêmicos, militantes, artistas a contribuírem com textos teóricos, empíricos, resenhas, ensaios, diários de campo, e também outros formatos que possam contribuir com o nosso debate.
*A Revista Fim do Mundo aceita a submissão de trabalhos em português, espanhol ou inglês.
Equipe Editorial do Dossiê Temático: Ana Carolina Aguerri Borges da Silva (UFRPE); Layza da Rocha Soares (CETEM); Fabio S. M. Castro (IBEC); Daniel Faggiano (Instituto Maíra).
Prazo para submissão: 20/10/2024
Previsão de publicação: dezembro de 2024.
