SISTEMA EM LEIBNIZ E DESCARTES

Auteurs-es

  • Celi Hirata

DOI :

https://doi.org/10.1590/S0101-31732012000100003

Mots-clés :

Ordem das razões. Ordem sistemática. Reversibilidade.

Résumé

Descartes concebe que a verdadeira ordem científica é a ordem das razões, na qual se parte das verdades mais fáceis e evidentes em direção às mais difíceis e complexas. Assim, estabelecese uma ordem única, progressiva e irreversível, onde cada membro da cadeia depende daqueles que o antecederam, de modo que cada tese possui um lugar não-intercambiável dentro da doutrina. Leibniz, ao contrário, defende que “[...] uma mesma verdade pode ter vários lugares, conforme as diferentes relações que pode possuir” (Novos Ensaios, IV, XXI, § 4). A fim de evitar as repetições, reunindo-se o máximo de verdades no mínimo de volumes, o autor propõe que a melhor ordem científica é a disposição sistemática das matérias, que consiste em uma organização do saber na qual cada lugar reenvia a outros, tornando clara a conexão entre os conhecimentos. Em contraposição ao modelo de sistema cartesiano, no modelo leibniziano, as teses se fundamentam mutuamente e a ordem das verdades estabelecidas é reversível. Ora, é devido a essas diferenças na concepção de sistema que Leibniz, ao contrário de Descartes, pode pretender tomar o que há de melhor nos sistemas legados pela tradição para constituir o seu próprio sistema, já que para ele há uma certa maleabilidade na constituição do sistema filosófico.

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Publié

2012-03-23

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Comment citer

HIRATA, Celi. SISTEMA EM LEIBNIZ E DESCARTES. TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia, Marília, SP, v. 35, n. 1, p. 23–36, 2012. DOI: 10.1590/S0101-31732012000100003. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/1799.. Acesso em: 21 nov. 2024.