A primazia da natureza ante o espírito em Ludwig Feuerbach

Auteurs-es

  • Eduardo Ferreira Chagas

DOI :

https://doi.org/10.1590/S0101-31732009000200007

Résumé

O presente artigo pretende destacar a tese de que a natureza para Feuerbach é um existente autônomo e independente e possui primazia ante o espírito. Para ele, a natureza material, que existe, em sua diferencialidade qualitativa, independente do pensar, é diante do espírito o original, o fundamento não deduzível, imediato, não criado, de toda existência real, que existe e consiste por si mesmo. Feuerbach opõe a natureza ao espírito, pois ele a entende não como um puro outro, que só por meio do espírito foi posto como natureza, mas como o primeiro, a realidade objetiva, material, que existe fora do entendimento e é dada ao homem, por meio de seus sentidos, como fundamento e essência de sua vida. Trata-se, pois, primeiro daquela essência (luz, ar, água, fogo, plantas, animais etc.) sem a qual o homem não pode nem ser pensado nem existir. A natureza é, para Feuerbach, a pluralidade de todos os objetos e essências que realmente são. Sob esta condição, é possível conceber a natureza como a garantia da exterioridade mesma, como que um existente fora de nós, que nada sabe de si e é em si e por si mesmo; por conseguinte, ela não deve ser vista como aquilo que ela não é, isto é, nem como divina, nem como humana. A natureza sempre existiu, quer dizer, ela existe por si e tem seu sentido apenas em si mesma; ela é ela mesma, ou seja, nenhuma essência mística, pois, por trás dela, não se esconde nenhum absoluto, nada humano, nada divino, transcendental ou ideal.

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Publié

2009-01-10

Numéro

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Comment citer

CHAGAS, Eduardo Ferreira. A primazia da natureza ante o espírito em Ludwig Feuerbach. TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia, Marília, SP, v. 32, n. 2, p. 119–133, 2009. DOI: 10.1590/S0101-31732009000200007. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/1011.. Acesso em: 24 nov. 2024.