«A verdade decorada, vestida com a veste da aparência»
sobre ilusão poética no «Opponenten-Rede» de Kant
DOI:
https://doi.org/10.1590/0101-3173.2018.v41n4.02.p9Keywords:
Kant, ilusão, engano, filosofia, poesia.Abstract
O presente ensaio visa debruçar-se sobre o conjunto de anotações coligidas por Immanuel Kant tendo em vista a arguição da dissertação do seu colega J. G. Kreutzfeld (registadas na Akademie-Ausgabe sob o título «Entwurf zu einer Opponenten-Rede»). Mais concretamente, pretende-se analisar a visão kantiana do tópico da ilusão poética, e o vínculo que esta forja entre as inferiores e as superiores faculdades do ânimo, a sensibilidade (os sentidos) e o entendimento. Pretende-se ainda demonstrar como, para Kant, o engano apenas suscita o fastídio do espírito, e portanto nenhum conhecimento ou prazer, ao passo que a ilusão poética promove a ficcionação dos dados da sensibilidade e respectiva promoção da tarefa do entendimento na apreciação destes, e concluir como isso mesmo é para o Filósofo um jogo que a ilusão enceta com o espírito, e do qual este extrai não só prazer, como também avanço no seu conhecimento de si e do mundo. Por fim, este mesmo jogo será apresentado por Kant como o sustentáculo principal para uma muito singular, mas sobretudo muito profícua cooperação entre Poesia e Filosofia.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Copyright (c) 2018 TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
This is an open access article published under a Creative Commons license.