«A verdade decorada, vestida com a veste da aparência»

sobre ilusão poética no «Opponenten-Rede» de Kant

Autores

  • Fernando M. F. Silva Centro de Filosofia - Universidade de Lisboa

DOI:

https://doi.org/10.1590/0101-3173.2018.v41n4.02.p9

Palavras-chave:

Kant, ilusão, engano, filosofia, poesia.

Resumo

O presente ensaio visa debruçar-se sobre o conjunto de anotações coligidas por Immanuel Kant tendo em vista a arguição da dissertação do seu colega J. G. Kreutzfeld (registadas na Akademie-Ausgabe sob o título «Entwurf zu einer Opponenten-Rede»). Mais concretamente, pretende-se analisar a visão kantiana do tópico da ilusão poética, e o vínculo que esta forja entre as inferiores e as superiores faculdades do ânimo, a sensibilidade (os sentidos) e o entendimento. Pretende-se ainda demonstrar como, para Kant, o engano apenas suscita o fastídio do espírito, e portanto nenhum conhecimento ou prazer, ao passo que a ilusão poética promove a ficcionação dos dados da sensibilidade e respectiva promoção da tarefa do entendimento na apreciação destes, e concluir como isso mesmo é para o Filósofo um jogo que a ilusão enceta com o espírito, e do qual este extrai não só prazer, como também avanço no seu conhecimento de si e do mundo. Por fim, este mesmo jogo será apresentado por Kant como o sustentáculo principal para uma muito singular, mas sobretudo muito profícua cooperação entre Poesia e Filosofia.

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Publicado

31-12-2018 — Atualizado em 13-02-2023

Edição

Seção

Artigos e Comentários

Como Citar

SILVA, Fernando M. F. «A verdade decorada, vestida com a veste da aparência»: sobre ilusão poética no «Opponenten-Rede» de Kant. Trans/Form/Ação, Marília, SP, v. 41, n. 4, p. 3–30, 2023. DOI: 10.1590/0101-3173.2018.v41n4.02.p9. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/4058.. Acesso em: 13 nov. 2024.