O Homo Profanum e a potência do uso: uma proposição conceitual a partir de Giorgio Agamben

Autores

  • Caio Paz UFRJ

Palavras-chave:

Homo profanum, Potência, Uso, Sujeito, Ética

Resumo

Este artigo pretende apresentar uma proposição conceitual a partir dos escritos do filósofo italiano Giorgio Agamben. Uma das noções centrais na filosofia política dele é a de Homo Sacer, utilizada como figura paradigmática para tecer críticas à violência do direito. A partir disso, neste artigo, propõe-se um jogo com essa noção, por intermédio do sintagma Homo Profanum. Esse jogo está referido ao papel que o conceito de profanação tem, no pensamento ético agambeniano. Por meio dessa proposição conceitual, mostra-se como Agamben realiza uma crítica à tradição e à maneira como ela concebeu a noção de sujeito. Além disso, ressalta-se também como, através dos conceitos de potência e uso, o filósofo italiano oferece apontamentos para abrir o horizonte ético da modernidade. Assim, caracteriza-se a figura que se chama de Homo Profanum, com base no modo como o filósofo italiano concebe as noções de ingovernável, de uso e de forma-de-vida, que, orbitando em torno do conceito de potência, formam uma constelação conceitual a partir da qual Agamben faz indicações para pensar sua ética da profanação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Caio Paz, UFRJ

Doutor em Filosofia e pesquisador de pós-doutorado no pelo PPGF da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ – Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9102-0338.

Referências

AGAMBEN, G. Elogio à profanação. In: AGAMBEN, G. Profanações. Tradução de Selvino J. Assman. 1. reimp. São Paulo: Boitempo, 2007.

AGAMBEN, G. O que resta de Auchwitz: o arquivo e a testemunha. Tradução de Selvino J. Assman. São Paulo: Boitempo, 2008.

AGAMBEN, G. O que é um dispositivo?. In: AGAMBEN, G. O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Tradução de Vinícius Nicastro Honesko. Chapecó, SC: Argos, 2009.

AGAMBEN, G. Ideia da prosa. Tradução de João Barrento. Belo Horizonte: Autêntica, 2012a.

AGAMBEN, G. O homem sem conteúdo. Tradução de Cláudio Oliveira. Belo Horizonte: Autêntica, 2012b.

AGAMBEN, G. A comunidade que vem. Tradução de Cláudio Oliveira. Belo Horizonte: Autêntica, 2013a.

AGAMBEN, G. Opus Dei: arqueologia do ofício. Tradução de Daniel Arruda Nascimento. 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2013b.

AGAMBEN, G. A potência do pensamento. In: AGAMBEN, G. A potência do pensamento: ensaios e conferências. Tradução de António Guerreiro. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.

AGAMBEN, G. O tempo que resta: um comentário à Carta aos Romanos. Tradução de Davi Pessoa e Cláudio Oliveira. Belo Horizonte: Autêntica, 2016.

AGAMBEN, G. Karman: breve trattato sull’azione, la colpa e il gesto. Turim: Bollati Boringhieri, 2017a.

AGAMBEN, G. Che cos’è un comando? In: AGAMBEN, G. Creazione e anarchia: l’opera nell’eta dela religione capitalista. Vicenza: Neri Pozza, 2017b.

AGAMBEN, G. O uso dos corpos. Tradução de Selvino J. Assmann. São Paulo: Boitempo, 2017c.

ARISTÓTELES. Metafísica. Organização, tradução e introdução Giovani Reale. 3. ed. São Paulo: Loyola, 2002.

ARISTÓTELES. Sobre a alma. Tradução de Ana Maria Lóio. São Paulo: Martins Fontes, 2013.

BENVENISTE, E. “Ser” e “ter” nas suas funções linguísticas. In: BENVENISTE, Émile. Problemas de linguística geral I. Tradução de Maria da Glória Novak e Maria Luisa Neri. 5. ed. Campinas: Pontes, 2005.

BUTLER, J. A vida psíquica do poder: teorias da sujeição. Tradução de Rogério Bettoni. 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.

DICKINSON, C. Agamben, Aristóteles e o problema da “potência”. In: BARSALINI, G.; BARROS, D.; KIRCHNER, R. (org.). Religião e política na obra de Giorgio Agamben. Campinas: Saber Criativo, 2020.

GIACOIA JR., O. Agamben – Por uma ética da vergonha e do resto. São Paulo: N-1, 2018.

MAGALHÃES, D. O lance do amor, do verso, da história. Revista Garrafa [On-line], v. 16, n. 45, jul./set. 2018.

MARCHESONI, S. Dell’inappropriabile. Agamben e la deposizione del soggetto. In: ORSENIGO, J. (org.). Figure del soggeto: eredità, genealogie, destituzioni. Milão: Mimesis, 2017.

MORAES, F.; MÁXIMO, M. Aristóteles e o argumento da obra ou função do homem. Revista Portuguesa de Filosofia, v. 76, n. 1, 2020.

OLIVEIRA, P. Mais além da lei: direito e política que vem em Giorgio Agamben. Rio de Janeiro: Ape’ku, 2020.

SAIDEL, M. Dallla nuda vita all’uso. In: BONACCI, V. (org.). Giorgio Agamben: ontologia e politica. Macerata (Itália): Quodlibet, 2019.

WACQUANT, L. Notas para esclarecer a noção de habitus. RBSE - Revista Brasileira de Sociologia da Emoção, v. 6, n. 16, p. 5-11, abr. 2007.

Recebido: 11/05/2023 - Aprovado: 26/07/2023 - Publicado: 13/11/2023

Publicado

13-11-2023

Como Citar

Paz, C. (2023). O Homo Profanum e a potência do uso: uma proposição conceitual a partir de Giorgio Agamben: . TRANS/FORM/AÇÃO: Revista De Filosofia Da Unesp, 47(3), e0240026. Recuperado de https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/14593

Edição

Seção

Artigos