A hermenêutica digital como hermenêutica do sujeito
DOI:
https://doi.org/10.1590/0101-3173.2021.v44dossier.10.p185Palavras-chave:
Hermenêutica Digital, Sujeito, Emaginação, Habitus, Identidade NarrativaResumo
Neste artigo, o autor debruça-se sobre o estatuto do sujeito e da identidade pessoal no contexto do digital. Na primeira secção do texto, ele desenvolve a sua abordagem geral dos meios e tecnologias digitais, a qual designa de “hermenêutica digital”. Destaca nela três perspectivas, nomeadamente a desconstrutiva, a epistemológica e a abordagem ontológica. Na segunda parte do texto, o autor debruça a sua atenção sobre a hermenêutica digital enquanto hermenêutica do sujeito. Compara aí a identidade narrativa de Paul Ricoeur com o habitus de Pierre Bourdieu. A sua primeira tese defende que o habitus pode ser compreendido como um conceito subjectivador que negligencia uma parte importante do sujeito. Nesse sentido, a identidade narrativa oferece uma solução para tal negligência. A sua segunda tese defende que os meios e tecnologias digitais dos dias de hoje se encontram mais próximos do habitus bourdieusiano que da identidade narrativa ricoeuriana. Por outras palavras, as máquinas e tecnologias digitais são “máquinas geradoras de habitus”, tanto na sua estrutura como nos seus efeitos.
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Recebido: 08/01/2021 - Aceito: 12/3/2021
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