Base Nacional Comum Curricular: um olhar sobre a ação docente, sua formação e o ensino da língua materna
DOI:
https://doi.org/10.36311/2236-5192.2019.v20n2.04.p43Palabras clave:
Base Nacional Comum Curricular, Ensino de Língua Materna, Formação de ProfessoresResumen
O presente trabalho objetiva refletir sobre as intersecções entre formação de professores da Educação Básica, ensino de língua materna e implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Entendido o enfoque do documento na Pedagogia das Competências, discutem-se concepções de poder a partir das contribuições de Foucault e de como interessa aos que detêm o poder manter a sociedade numa condição de alfabetismo funcional, sem que sejam desenvolvidas capacidades críticas na maioria, perpetuando-se uma educação incapaz de promover a emancipação desses sujeitos, condicionados a um estado de submissão aos interesses da minoria. As discussões e análises neste texto, construídas por meio de pesquisa documental e revisão bibliográfica, são resultado de debates fomentados em reuniões do Grupo de Pesquisa “Formação de Professores e Práticas de Ensino na Educação Básica e Superior” do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP-Presidente Prudente). Acredita-se que a BNCC não garante a qualidade educacional e, mesmo imposta, abre perspectivas de mudança na cultura escolar. Aqueles professores que fizerem uma leitura crítica do documento entenderão a necessidade da formação de sujeitos que atuem socialmente para superar a lógica imposta.
Recebido em: 13/12/2018
Aprovado em: 20/07/2019
Descargas
Referencias
ANPED - Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação. Ofício nº 01/2015/GR, de 9 de novembro de 2015. Disponível em: <http://ced.ufsc.br/files/2015/10/Exposi%C3%A7%C3%A3o-de-Motivos-a-BNCC-ANPED-e-ABdC.pdf>. Acesso em: 24 ago. 2018.
AZEVEDO, Janete M. Lins de. A educação como política pública. Campinas, SP: Autores Associados. 1997.
BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1970.
BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas linguísticas. São Paulo: EDUSP, 1998.
BRAIT, Beth. Bakhtin, dialogismo e construção do sentido. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2005.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações determinadas pelas Emendas Constitucionais de Revisão nº 1 a 6/94, pelas Emendas Constitucionais nº 1/92 a 91/2016 e pelo Decreto Legislativo nº 186/2008. Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2016.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Casa Civil, Brasília, DF, 20 dez. 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 27 ago. 2018.
BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação (PNE) e dá outras providências. Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2014.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). 1ª versão. Brasília, DF, 2015. Disponível em: <http://historiadabncc.mec.gov.br/documentos/BNCC-APRESENTACAO.pdf>. Acesso em: 17 set. 2018.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução nº CNE/CP nº 2, de 2017. Institui e orienta a implantação da Base Nacional Comum Curricular, a ser respeitada obrigatoriamente ao longo das etapas e respectivas modalidades no âmbito da Educação Básica. Brasília, DF, 2017. Disponível em < http://portal.mec.gov.br/conselho-nacional-de-educacao/base-nacional-comum-curricular-bncc>. Acesso em: 13 jul. 2018.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Brasília, DF, 2017. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/conselho-nacional-de-educacao/base-nacional-comum-curricular-bncc>. Acesso em: 16 jul. 2018.
BRITTO, Luiz Percival Leme. Educação linguística escolar: para além das obviedades. In: CORREA, Djane Antonucci; SALEH, Pascoalina Bailon de Oliveira (Orgs.). Estudos da linguagem e currículo: diálogos (im)possíveis. Ponta Grossa: Ed. UEPG, v.1, p.15-29, 2009.
COLELLO, Sílvia M. Gasparian. A escola que (não) ensina a escrever. São Paulo: Summus, 2012.
DOLZ, Joaquim; SILVA-HARDMEYER, Carla. Desafios para o ensino de língua portuguesa e a formação de professores no Brasil. In: GUIMARÃES, Ana Maria de Mattos; BICALHO, Delaine Cafiero; CARNIN, Anderson (orgs.). Formação de professores e ensino de língua portuguesa: contribuições para reflexões, debates e ações. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2016. p. 81-114.
FONTANA, Roseli A. Cação. A elaboração conceitual: a dinâmica das interlocuções na sala de aula. In: A linguagem e o outro no espaço escolar: Vygotsky e a construção do conhecimento. 12. ed. Campinas, SP: Papirus, 2008. p.119-150.
FOUCAULT, Michel. O sujeito e o poder. In: DREYFUS, Hubert L. Michel Foucault, uma trajetória filosófica: (para além do estruturalismo e da hermenêutica). Tradução de Vera Porto Carrero. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.
FOUCAULT, Michel. A verdade e as formas jurídicas. Tradução de Roberto Cabral de Melo Machado e Eduardo Jardim Morais. Rio de Janeiro: Nau, 2001.
FOUCAULT, Michel. Ditos & Escritos V: Ética, Sexualidade, Política. Org. e seleção de textos Manoel B. da Motta. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.
FREIRE, Paulo. Uma entrevista polifônica e virtual com Paulo Freire. In: ZACCUR, Edwiges (Org.). A magia da linguagem. Rio de Janeiro: DP&A/Sepe, 1999. p. 13-24.
GERALDI, João W. Portos de passagem. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2013.
LA TAILLE, Yves De. A indisciplina e o sentimento de vergonha. In: AQUINO, Júlio Groppa (Org.). Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1996. p. 9-23.
LANDSMANN, Liliana Tolchinsky. Aprendizagem da linguagem escrita: processos evolutivos e implicações didáticas. São Paulo: Ática, 2002.
LEITE, Yoshie Ussami Ferrari; DI GIORGI, Cristiano Amaral G. A qualidade da escola pública, na perspectiva democrática e popular, Série-Estudos - Periódico do Programa de Pós-Graduação em Educação da UCDB. Campo Grande-MS, n. 30, p. 305-323, jul./dez. 2010.
MARÍN-DÍAS, Dora Lilia. Auto-ajuda, educação e práticas de si: genealogia de uma antropotécnica. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.
RAMOS, Marise Nogueira. A Pedagogia das Competências: autonomia ou adaptação? 3. ed. São Paulo: Cortez, 2006.
RESENDE, Otto Lara. Vista Cansada. Folha de S. Paulo, edição de 23 de fevereiro de 1992.
STREET, Brian V. Letramentos sociais: abordagens críticas do letramento no desenvolvimento, na etnografia e na educação. São Paulo: Parábola Editorial, 2014.
WALDMAN, Berta. Clarice Lispector. São Paulo: Brasiliense, 1983.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico consistem na licença Creative Commons Attribution 4.0 International License: são permitidos o compartilhamento (cópia e distribuição do material em qualquer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.
Recomenda-se a leitura para maiores informações sobre o tema: fornecimento de créditos e referências de forma correta, entre outros detalhes cruciais para uso adequado do material licenciado.