Biblioteca prisional

um espaço heterotópico

Autores

  • Amabile Costa Universidade Federal de Santa Catarina
  • Rodrigo de Sales Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.36311/1981-1640.2021.v15.e021001

Palavras-chave:

Biblioteca prisional, Heterotopia, Espaços de privação de liberdade, Agente do devir

Resumo

O presente artigo procura evidenciar as bibliotecas prisionais como espaços heterotópicos, a partir do conceito proposto por Michel Foucault e, também, como agentes do devir. Neste sentido, o questionamento está centrado em verificar a aproximação entre as bibliotecas no cárcere com o conceito de heterotopia de Foucault, tendo como objetivo geral relacionar tais bibliotecas com a ideia de heterotopia. Trata-se de um exercício de reflexão teórica caracterizado como um estudo exploratório e de natureza qualitativa. Relativo à abordagem metodológica, buscou-se colocar lado a lado os aspectos que caracterizam as bibliotecas prisionais e os princípios que definem a concepção de heterotopia, de modo a destacar os traços característicos que permitem vislumbrar que tais bibliotecas são potenciais espaços heterotópicos. Conclui-se que as bibliotecas em ambientes prisionais são potentes espaços de devires e condizentes àquilo que podemos considerar um espaço heterotópico.  

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Rodrigo de Sales, Universidade Federal de Santa Catarina

    Professor Adjunto do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal de Santa Catarina. Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal de Santa Catarina. Doutor em Ciência da Informação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP/Marília). Mestre em Ciência da Informação e Bacharel em Biblioteconomia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Pesquisador do grupo de pesquisa Representação e Organização do Conhecimento (ROC). Coordenador do Curso de Graduação em Biblioteconomia da UFSC. Temas de estudo: organização do conhecimento, organização da informação, classificações bibliográficas, classificações arquivísticas, indexação e sistemas de organização do conhecimento.

Referências

ALMEIDA JÚNIOR, Oswaldo Francisco de. Sociedade e biblioteconomia. São Paulo: Polis, 1997. 130 p.

ALMEIDA JÚNIOR, Oswaldo Francisco de; BORTOLIN, Sueli. Mediação da informação e da leitura. In: II SEMINÁRIO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 2., 2007, Londrina. Anais... Londrina: EPRINTS, 2007. p. 1-13. Disponível em: http://eprints.rclis.org/13269/1/MEDIA%C3%87%C3%83O_DA_INFORMA%C3%87%C3%83O_E_DA_LEITURA.pdf. Acesso em: 22 jul. 2019.

ASSOCIATION OF SPECIALIZED AND COOPERATIVE LIBRARY AGENCIES. The Libraries Serving Special Populations Section, [S.l.: s.n.]. Disponível em: http://www.ala.org/ascla/asclaourassoc/asclasections/lssps/lssp. Acesso em: 10 maio 2018.

BARBOSA. M. O conceito de devir a partir da filosofia da diferença. In: COLÓQUIO FILOSOFIA E LITERATURA: fronteiras, 2, 2010, São Cristóvão. Anais... São Cristóvão, SE: Grupo de Estudos de Filosofia e Literatura, Universidade Federal de Sergipe, 2010. p. 82-99.

BARROS, Ana Maria de; JORDÃO, Maria Perpétua Dantas. A cidadania e o sistema penitenciário brasileiro. UNIEDUCAR: educação sem distância, São Paulo, p.1-20, jan. 2004. Disponível em: https://www3.ufpe.br/ppgdh/images/documentos/anamb1.pdf. Acesso em: 29 jul. 2019.

BORTOLIN, Sueli; ALMEIDA JÚNIOR, Oswaldo Francisco de. Mediação oral literária: algumas palavras. In: VALENTIM, Marta (Org.). Gestão, mediação e uso da informação. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. p. 85-103. Disponível em: http://www.santoandre.sp.gov.br/pesquisa/ebooks/364414.pdf. Acesso em: 1 ago. 2019.

BRASIL. [Lei Federal (1984)]. Lei Nº 7.210, de 11 de Julho de 1984. Brasília: Presidência da República, 1984. 32 p. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7210.htm. Acesso em: 18 maio 2018.

COSTA, Amabile. A constituição do acervo da Biblioteca da Penitenciária de Florianópolis: um estudo de caso. 2020. 140 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Programa de Pós Graduação em Ciência da Informação, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2020. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/341255698_A_constituicao_do_acervo_da_Biblioteca_da_Penitenciaria_de_Florianopolis_um_estudo_de_caso?_sg=JHhJgwUPHepbRt5dnG0F3977BxxzGtxHYCl58qeTvXvPtKn0Buc-UqVw-D7OsgxKNK1seg9y5EUlnAc. Acesso em: 10 ago. 2020.

COSTANZO, Emanuela; MONTECCHI, Giorgio. Prison Libraries in Italy. Library Trends, [S.l.], v. 59, n. 3, p. 509-519, 2011. Disponível em: https://pdfs.semanticscholar.org/38de/e8b54ec6111b60f2a1c0a6b212fabfe48bff.pdf. Acesso em: 1 nov. 2018.

CLARK, Sheila; MACCREAIGH, Erica. Library services to the incarcerated: applying the public, library model in correctional and facility libraries. Estados Unidos da América: Libraries Unlimited, 2006. 246 p.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Devir-intenso, devir-animal, devir-imperceptível. In: _______. Mil platôs. Tradução de Ana Lúcia de Oliverira. São Paulo: Ed. 34, 2002. v. 4. p. 11-113.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs: volume 4. São Paulo: Editora 34, 2012. 200 p.

DOREA, D. Gilles Deleuze e Felix Guattari: heterogênese e devir. Margem, São Paulo, n. 16, p. 91-106, dez. 2002.

DORIGON, Alessandro. Exclusão social e o sistema carcerário. Conteúdo Jurídico, Brasília,27 jan. 2017. Disponível em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/49032/exclusao-social-e-o-sistema-carcerario. Acesso em: 19 set. 2018.

FOCAULT, Michel. O corpo utópico: as heterotopias. São Paulo: Edições, 2013.

FOCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

FREIRE, Paulo; FAUNDEZ, Antonio. Por uma pedagogia da pergunta. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.

LEHMANN, Vibeke; LOCKE, Joanne. Orientações para serviços de biblioteca para reclusos. 3. ed. [S.l.]: IFLA, 2005. 24 p. Disponível em: https://www.ifla.org/files/assets/hq/publications/professional-report/92-pt.pdf. Acesso em: 21 maio 2019.

MARQUES, Josiane et al. A realidade do sistema prisional no Brasil: um dilema entre as penas e os direitos humanos. In: SEMINÁRIO DA PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS DA UFRB, 5, 2015, Bahia. Anais... Bahia: UFBR, 2015. p. 1-13. Disponível em: https://www3.ufrb.edu.br/sppgcs2015/images/Artigo-Aprovado-Final-1_1.pdf. Acesso em: 2 out. 2018.

MARSHALL, Aileen. M. J. Library Services in Correctional Settings. Information Outlook, [S.l.], v. 15, n. 1, p. 24-26, jan. 2011.

MELOSSI, Dario; PAVARINI, Massimo. Cárcere e fábrica: as origens do sistema penitenciário (séculos xvi-xix). Rio de Janeiro: Revan, 2017. 272 p.

MÉNDEZ, Juan E.. Relator da ONU condena prática de tortura e ‘racismo institucional’ nos presídios brasileiros. 2016. Disponível em: https://carceraria.org.br/combate-e-prevencao-a-tortura/relator-da-onu-condena-tortura-e-racismo-institucional-nos-presidios-brasileiros. Acesso em: 29 abr. 2020.

MORIGI, Valdir José; VANZ, Samile Andréa de Souza; GALDINO, Karina. O bibliotecário e suas práticas na construção da cidadania. Revista ACB, Florianópolis, v. 7, n. 1, p. 134-147, jan. 2002.

OLIVEIRA, Hilderline Câmara de. A linguagem no cotidiano prisional: enigmas e significados. Jundiaí: Paco Editorial, 2013. 272 p.

PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. Novo Hamburgo: Feevale, 2013. 277 p. Disponível em: http://www.feevale.br/Comum/midias/8807f05a-14d0-4d5b-b1ad-1538f3aef538/E-book%20Metodologia%20do%20Trabalho%20Cientifico.pdf. Acesso em: 6 nov. 2018.

STRECK, Danilo R; REDIN, Euclides; ZITKOSKI, Jaime José. Dicionário Paulo Freire. Belo Horizonte: Autêntica, 2017. 439 p.

WILKINS, Barratt. The correctional facility library: history and standards. Library Trends, [S.l.], v. 25, p. 119-123, 1977. Disponível em: https://www.ideals.illinois.edu/bitstream/handle/2142/6949/librarytrendsv26i1i_opt.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 17 set. 2018.

Downloads

Publicado

2021-02-28

Como Citar

Costa, Amabile, e Rodrigo de Sales. “Biblioteca Prisional: Um espaço heterotópico”. Brazilian Journal of Information Science: Research Trends, vol. 15, fevereiro de 2021, p. e021001, https://doi.org/10.36311/1981-1640.2021.v15.e021001.