A ironia na teoria do romance: da exigência normativo-composicional do romance em Goethe ao viver a arte em Novalis
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0101-31732012000200004Parole chiave:
Jovem Lukács. Ironia. RomanceAbstract
O presente artigo busca explicitar o conceito de ironia na Teoria do romance. A explicitação do conceito de ironia se desdobrará num desenvolvimento duplo: como exigência normativo composicional e como radicalização subjetiva que excede a normatividade. No primeiro sentido, a ironia configura subjetivamente uma totalidade na obra épica, partindo da sua fragmentação objetiva nas relações sociais modernas. Nessa acepção, a ironia se apresenta como uma manobra subjetiva a serviço da normatividade épica do romance, pois sua finalidade é harmonizar o ideal subjetivo com a objetividade histórica burguesa. Seu paradigma é representado, neste artigo, por Goethe. O outro sentido pelo qual a ironia romântica aparece é demarcado pela forma extremada da subjetividade. Esta, reconhecendo uma impossibilidade de realização de seu ideal harmônico na modernidade, porque o mundo moderno se lhe apresenta como uma efetividade oposta aos anseios subjetivos, refugia-se na própria interioridade e se distancia do mundo presente, buscando refúgio em tempos e lugares mais propícios à realização poética. Novalis é o modelo dessa ironia radicalizada. Essa forma irônica, ao contrário da “cadência irônica” de Goethe, aniquila a forma romance, uma vez que o aspecto subjetivo da pura reflexão, a lírica, se sobrepõe à objetividade histórica presente que o romance também necessariamente deve encerrar.Downloads
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Pubblicato
2012-08-03
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Come citare
FILHO, Antonio Vieira da Silva. A ironia na teoria do romance: da exigência normativo-composicional do romance em Goethe ao viver a arte em Novalis. TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia, Marília, SP, v. 35, n. 02, p. 51–68, 2012. DOI: 10.1590/S0101-31732012000200004. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/2470.. Acesso em: 24 nov. 2024.