Reflexões sobre o ninguém na obra de Hannah Arendt

Autores

  • Vanessa Sievers de Almeida Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Palavras-chave:

Hannah Arendt, Ninguém, Alguém, Massa, Totalitarismo

Resumo

Em sua obra As origens do totalitarismo, Hannah Arendt afirma que os regimes totalitários evidenciaram que é possível transformar pessoas em seres supérfluos, isto é, elementos substituíveis e descartáveis. Já em seus escritos tardios, como os da coletânea Responsabilidade e julgamento, a pensadora se refere ao ninguém, um ser humano que deixou de ser uma pessoa. Assim, embora sob diferentes designações, o ninguém aparece em vários pontos de sua obra. Neste artigo, procuro compreender essa figura, estabelecendo contrapontos com a figura do alguém, ou do quem, e com a do “egoísta”. Arendt mesma não usa o termo “egoísta”, mas é possível pensar que a distinção entre ele e o ninguém ajuda a caracterizar o último com maior nitidez, como um fenômeno próprio da sociedade de massa, em especial dos regimes totalitários. Espero mostrar como as figuras extremas do ninguém e do alguém e, em algum ponto entre os extremos, a do egoísta se tornam profícuas, não só para compreender algumas experiências analisadas por Arendt, mas também para pensar sobre as nossas. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Vanessa Sievers de Almeida, Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA – Brasil.

Referências

ARENDT, H. Origens do totalitarismo. Tradução de Roberto Raposo. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

ARENDT, H. Entre o passado e o futuro. Tradução de Mauro W. Barbosa. 5. ed. São Paulo: Perspectiva, 1990.

ARENDT, H. A vida do espírito. Tradução de Antonio Abranches e Helena Martins. 2. ed. Rio de Janeiro: Relume Dumará, Ed. UFRJ, 1993.

ARENDT, H. Denktagebuch. Herausgegeben von Ursula Ludz, Ingeborg Nordmann. München: Piper, 2002, 2 Bde.

ARENDT, H. Elemente und Ursprünge totaler Herrschaft: Antisemitismus, Imperialismus, totale Herrschaft. 9. Aufl. München: Piper, 2003.

ARENDT, H. Eichmann in Jerusalem: ein Bericht von der Banalität des Bösen. Übersetzung von Brigitte Granzow. Einleitung von Hans Mommsen.13. Aufl. München: Piper, 2004a.

ARENDT, H. Responsabilidade e julgamento. Edição de Jerome Kohn. Tradução de Rosaura Eichenberg. Revisão Técnica Bethânia Assy, André Duarte. São Paulo: Companhia das Letras, 2004b.

ARENDT, H. A promessa da política. Organização e introdução de Jerome Kohn. Tradução de Pedro Jorgensen Jr. Rio de Janeiro: Difel, 2008.

ARENDT, H. A condição humana. Tradução de Roberto Raposo. Revisão e apresentação de Adriano Correia. 11. ed. revista. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.

ARENDT, H. Sobre a revolução. Tradução de Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

Recebido: 03/7/2020

Aceito: 13/7/2020

Publicado

20-08-2021 — Atualizado em 02-07-2022

Como Citar

Almeida, V. S. de. (2022). Reflexões sobre o ninguém na obra de Hannah Arendt. TRANS/FORM/AÇÃO: Revista De Filosofia Da Unesp, 44(3), 375–394. Recuperado de https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/10509

Edição

Seção

Artigos e Comentários