Reflexões sobre o ninguém na obra de Hannah Arendt
DOI :
https://doi.org/10.1590/0101-3173.2021.v44n3.29.p375Mots-clés :
Hannah Arendt, Ninguém, Alguém, Massa, TotalitarismoRésumé
Em sua obra As origens do totalitarismo, Hannah Arendt afirma que os regimes totalitários evidenciaram que é possível transformar pessoas em seres supérfluos, isto é, elementos substituíveis e descartáveis. Já em seus escritos tardios, como os da coletânea Responsabilidade e julgamento, a pensadora se refere ao ninguém, um ser humano que deixou de ser uma pessoa. Assim, embora sob diferentes designações, o ninguém aparece em vários pontos de sua obra. Neste artigo, procuro compreender essa figura, estabelecendo contrapontos com a figura do alguém, ou do quem, e com a do “egoísta”. Arendt mesma não usa o termo “egoísta”, mas é possível pensar que a distinção entre ele e o ninguém ajuda a caracterizar o último com maior nitidez, como um fenômeno próprio da sociedade de massa, em especial dos regimes totalitários. Espero mostrar como as figuras extremas do ninguém e do alguém e, em algum ponto entre os extremos, a do egoísta se tornam profícuas, não só para compreender algumas experiências analisadas por Arendt, mas também para pensar sobre as nossas.
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Références
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Recebido: 03/7/2020
Aceito: 13/7/2020
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© TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia 2021
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